A tomada de posição da administração da Volkswagen Autoeuropa surge na sequência da marcação de uma greve a todos os turnos no dia 30 de agosto, anunciada hoje pela Comissão de Trabalhadores.
Em comunicado, a Volkswagen Autoeuropa refere que, com o arranque de produção do novo veículo atribuído à fábrica de automóveis de Palmela (T-Roc), deverá produzir mais de "200.000 unidades em 2018, quase triplicando a produção atingida em 2016".
"Para fazer face a este crescimento, a empresa está a contratar cerca de 2.000 colaboradores, dos quais 750 são para implementar um sexto dia semanal de produção", acrescenta o comunicado.
A Autoeuropa refere ainda que "o modelo de trabalho previsto tem enquadramento legal" e que "a empresa pretende reconhecer o trabalho aos sábados como o quinto dia de trabalho individual com um pagamento adicional ao previsto na lei", mas, ao que tudo indica, esta proposta terá ficado aquém da expetativa dos trabalhadores, que hoje decidiram marcar uma greve para 30 de agosto.
O comunicado da administração da Autoeuropa refere ainda que a empresa se mantém "disponível para procurar uma solução que vá ao encontro das expectativas dos colaboradores, e que ao mesmo tempo cumpra com os compromissos assumidos com a casa-mãe na atribuição do T-ROC à fábrica de Palmela".
A concretizar-se a paralisação anunciada hoje pela Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa para 30 de agosto, poderá ser o fim de um ciclo em que as questões laborais na fábrica de Palmela sempre foram dirimidas através do diálogo e sem necessidade de recurso à greve.
As soluções encontradas pela administração e pela comissão de trabalhadores ao longo dos últimos anos permitiram garantir a paz social e a manutenção dos postos de trabalho na fábrica de automóveis de Palmela, mesmo nos períodos de crise no setor automóvel.
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