“A Autoridade Palestiniana tem uma elevada responsabilidade nos três pilares que mencionei para trabalhar com a comunidade internacional e encontrar uma solução na luta clara contra o terrorismo, nas questões humanitárias que hoje levantamos e na questão política”, declarou o Presidente francês.

“Eu sei que posso contar convosco”, afirmou Macron, durante a conferência humanitária para tentar desbloquear a ajuda humanitária para Gaza – uma iniciativa do chefe de Estado francês e que acontece hoje em Paris -, que se tornou quase impossível pelos incessantes bombardeamentos de Israel desde o início da guerra contra o movimento islamita Hamas em 7 de outubro.

A situação humanitária deteriora-se “cada dia mais” na Faixa de Gaza, lamentou o Presidente francês.

A ambição da conferência é “identificar as necessidades em dinheiro e materiais para as populações”, segundo Macron.

O Governo francês vai enviar 80 milhões de euros adicionais para ajuda humanitária às populações palestinianas, atingindo um total de 100 milhões de euros neste ano, anunciou.

“Após o 7 de outubro, a França anunciou 20 milhões de euros adicionais para a ajuda humanitária e vamos aumentar este esforço para 100 milhões de euros para 2023”, declarou o Presidente francês, durante a conferência humanitária.

Emmanuel Macron apelou também para que a ajuda humanitária seja coordenada e organizada de uma forma muito concreta para que possa ser entregue.

“No futuro imediato, é na proteção dos civis que devemos trabalhar. Para isso, precisamos de uma pausa humanitária muito rápida e temos de trabalhar para um cessar-fogo (…). Isso deve ser possível”, declarou o chefe de Estado francês.

Emmanuel Macron insistiu que era ” absolutamente essencial” proteger os civis na Faixa de Gaza e que não poderia haver duplicidade de critérios em termos de proteção de vidas humanas.

“Isto não é negociável”, sublinhou.

Macron reiterou que Israel tem “o direito de se defender e o dever de proteger os seus”, mas argumentou que os israelitas também têm “uma responsabilidade (…) de respeitar a lei e proteger os civis”.

“A luta contra o terrorismo nunca pode ocorrer sem regras”, afirmou.

O território palestiniano está sob bloqueio israelita desde que o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel a partir de Gaza, a 07 de outubro, matando mais de 1.400 pessoas, na maioria civis.

Os ataques de retaliação de Israel, que prometeu aniquilar o Hamas, já mataram mais de dez mil pessoas, sobretudo civis, segundo o movimento palestiniano que governa o território.