Segundo as autoridades, há ainda três desaparecidos do desastre de 30 de dezembro que destruiu pelo menos nove edifícios com mais de 30 apartamentos na vila de Ask, a 25 quilómetros a nordeste de Oslo, um dos piores deslizamentos da história moderna da Noruega.

“É com grande tristeza que devo dizer que não temos mais esperanças em encontrar pessoas vivas. Fizemos tudo ao nosso alcance, mas este desastre natural teve forças significativas. Aqueles que morreram pereceram relativamente rápido”, afirmou a chefe da polícia local, Ida Melbo Øystese, visivelmente emocionada.

A responsável acrescentou ainda que as equipas de busca e salvamento “vão continuar a trabalhar para encontrar todos os desaparecidos”.

A chefe da polícia falou horas depois de um cão ter sido encontrado nos destroços, aumentando as esperanças das equipas de resgate na noite de segunda-feira, com o animal “em boas condições”, segundo o porta-voz da polícia, Ivar Myrbø.

Ainda hoje perto do meio-dia aconteceu um novo deslizamento de terra, mas menor, o que forçou as equipas a abandonar o local sem registo de feridos.

Kenneth Wangen, um dos elementos da equipa de resgate, disse que o novo deslizamento “não foi dramático” e que as equipas foram avisadas atempadamente por ‘drones’ [aparelhos aéreos não-tripulados] e outro pessoal de emergência.

Os geólogos vão avaliar o local antes das buscas prosseguirem, segundo as autoridades.

Desde o primeiro deslizamento de terra que as equipas de busca com o auxílio de cães têm examinado os escombros em temperaturas abaixo de zero, enquanto helicópteros e ‘drones’ com câmaras de deteção de calor sobrevoam a encosta devastada na vila de 5.000 residentes.

Pelo menos 1.000 pessoas foram retiradas, alguns edifícios estão suspensos na borda de uma ravina profunda, que aumentou para um comprimento de 700 metros e 300 de largura.

A causa exata do deslizamento ainda não é conhecida, mas pode ter acontecido devido à natureza do solo que, combinado com precipitação excessiva e clima húmido no inverno, pode ter contribuído para o desastre.

Em 2005, as autoridades norueguesas alertaram as pessoas para não construírem edifícios residenciais na área de Ask, dizendo que era uma “zona de alto risco” para deslizamentos de terra, mas as casas foram eventualmente construídas no final da década.

Um deslizamento de terra no centro da Noruega, em 1863, matou 116 pessoas, presumivelmente 40 vezes superior ao que aconteceu em Ask, com entre 1,4 e 2 milhões de metros cúbicos de terra arrastada.