São novamente cabeças de lista à Câmara de Aveiro o atual presidente Ribau Esteves (coligação PSD/CDS-PP/PPM – “Aliança com Aveiro”), Manuel Sousa (coligação PS/PAN – “Viva Aveiro”), Nelson Peralta (BE) e Miguel Viegas (CDU – PCP/PEV), cabendo as estreias na ‘corrida’ à presidência a Cândido Oliveira (Chega), Miguel Gomes (IL), Paulo Alves (Nós, Cidadãos!) e João Pinto (PCTP/MRPP).
Em 2017, a coligação PSD/CDS-PP/PPM ganhou a Câmara com 48,52% dos votos e seis mandatos, e o PS obteve 30,97% dos votos e três mandatos, enquanto o BE foi a terceira força política mais votada, com 6,81% dos votos, mas sem vereador eleito.
O município de Aveiro, com um território de 197,6 quilómetros quadrados, possui, de acordo com os resultados preliminares dos Censos 2021, uma população residente de 80.880 pessoas, o que representa uma variação positiva de 3,1% em relação a 2011, quando a média nacional teve uma variação negativa de 1,9%.
Segundo dados da plataforma Eyedata, a população com 65 ou mais anos correspondia em 2020 a 20,39%, quando a nível nacional essa percentagem era de 22,29%, e o concelho tinha no mesmo ano 6,43 médicos por cada mil habitantes, contra 5,56 na média nacional.
O rendimento médio dos trabalhadores por conta de outrem era em 2019 de 1.243,30 euros no município, quando o país registava 1.207,01 euros.
No boletim de voto deste ano para o executivo de Aveiro – que também já foi presidido pelo CDS e pelo PS -, figura em primeiro lugar o Nós, Cidadãos!, cujo cabeça de lista, o empresário Paulo Alves, propõe “ser o polícia e o fiscal de toda a atividade do executivo municipal”, defendendo que Aveiro precisa de “um novo rumo”.
O BE, número dois no boletim, volta a candidatar o atual deputado Nelson Peralta para "travar a maioria absoluta da direita" e ser "uma voz ativa na luta pelos serviços públicos, pelo direito à habitação, pela justiça fiscal e pelo combate às alterações climáticas".
Segue-se a CDU, que apresenta pela terceira vez Miguel Viegas como cabeça de lista pela "urgência de uma mudança", por entender que “há um completo desfasamento da Câmara” face aos “grandes desafios do presente e do futuro".
A coligação “Viva Aveiro” (PS/PAN) apresenta-se com o presidente da concelhia socialista, Manuel Sousa, a dar a cara pelo projeto de "uma autarquia mais próxima, pela renovação de serviços e por uma cidade nova, amiga das pessoas", desejando “acabar com a gentrificação do centro citadino”.
Pela coligação “Aliança com Aveiro” (PSD/CDS-PP/PPM), Ribau Esteves candidata-se ao terceiro e último mandato para “continuar a fazer crescer o município” e “dar continuidade ao trabalho realizado, que permitiu recuperar financeiramente a Câmara e desenvolver novos investimentos e projetos”.
Em sexto lugar no boletim surge o símbolo do PCTP/MRPP, pelo qual concorre o operário metalúrgico João Valente Pinto, com o objetivo de “reforçar a organização local do partido”, apresentando como principais preocupações a habitação e os transportes públicos.
Segue-se o Chega, que apresenta Cândido Oliveira, militar na reforma, crítico das obras “desnecessárias” no concelho, onde quer baixar o Imposto Municipal sobre Imóveis, “um dos mais altos do país”.
A lista do boletim termina com a Iniciativa Liberal: o empresário Miguel Gomes pretende “levar o pensamento liberal” à autarquia, traduzido em “transparência, desburocratização, diminuição da carga fiscal e aumento do poder de compra dos munícipes”.
Os meses anteriores às eleições ficam marcados por uma querela interna no PSD, que opôs a comissão política de secção ao recandidato.
Em agosto, o Tribunal Constitucional proferiu um acórdão que reconheceu a legitimidade da coligação PSD/CDS-PP/PPM para continuar a usar a designação “Aliança com Aveiro”.
Gilberto Ferreira, vogal da comissão política de Aveiro, liderada por Vítor Martins - que entrou em colisão com Ribau Esteves por causa da formação das listas - havia recorrido para o Tribunal Constitucional para impedir o uso da designação, que registou em seu nome no Instituto da Propriedade Industrial.
* Por Miguel Souto, da agência Lusa
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