Segundo a mesma fonte, o piloto, de nacionalidade portuguesa, de 65 anos, morreu no local, apesar das tentativas realizadas pelos elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), enquanto o segundo piloto, de nacionalidade espanhola e de 39 anos, foi assistido no local e transportado em "estado grave" para o Hospital de Viana do Castelo.

O avião despenhou-se, cerca das 11:20, numa área do território espanhol, "a cerca de um, dois quilómetros da fronteira com Portugal", acrescentou a mesma fonte.

Numa nota de imprensa, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) afirmou que se trata de um avião anfíbio pesado (Canadair CL215), do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, do Centro de Meios Aéreos de Castelo Branco, que participava nas operações de combate a um incêndio que lavra no Parque Nacional da Peneda Gerês, freguesia e concelho do Lindoso, distrito de Viana do Castelo.

O avião despenhou-se num acidente junto à Barragem do Alto do Lindoso, na sequência de uma operação de ‘scooping’ (reabastecimento de depósito de água), acrescentou.

O GPIAAF - Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários indicou à Lusa já ter sido notificado do acidente e que está a enviar para o local uma equipa para dar início às diligências.

De acordo com a página de internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, mais de 100 operacionais, apoiados por 28 veículos e 10 meios aéreos portugueses e espanhóis combatiam pelas 12:00 o incêndio que lavra no Parque Nacional da Peneda-Gerês desde as 05:19 de hoje.

Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo explicou que alguns dos meios aéreos “são de coordenação e não de combate” e que o total de meios e operacionais no terreno inclui portugueses e espanhóis, pois o incêndio afeta a freguesia de Lindoso, concelho de Ponte da Barca, em Portugal, e “a zona de Lindos”, em Espanha.

A mesma fonte disse desconhecer de que lado da fronteira teve início o fogo, notando que o CDOS apenas recebeu o alerta do incêndio do lado português. De acordo com o CDOS, “não há habitações em perigo”.

Governo português apresenta condolências, Marcelo já falou com o filho do piloto 

“Apresento as mais sentidas condolências à família do piloto Jorge Jardim, que hoje faleceu na sequência de um acidente com um avião de combate a incêndios na barragem do Alto do Lindoso, durante a operação de combate ao incêndio que lavra no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Estendo este voto […] a todos os amigos e colegas da empresa Babcock que integra o dispositivo especial de combate a incêndios rurais”, lê-se na nota de pesar divulgada pelo Ministério da Administração Interna.

Eduardo Cabrita manifestou “votos de plena recuperação” ao copiloto da aeronave e dirigiu uma “palavra de solidariedade” a todos os que prestam um “serviço inestimável” no combate aos incêndios.

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“Os meus pensamentos estão com todos aqueles que, de forma empenhada e generosa, integram este esforço nacional”, afirmou. O governante agradeceu também às autoridades espanholas pela cooperação nas operações de resgate.

Também António Costa já apresentou condolências. Num comunicado divulgado pelo seu gabinete, António Costa manifesta “profunda tristeza e consternação” pela morte de Jorge Jardim, cujo avião se despenhou pelas 11:20 quando reabastecia os depósitos de água junto à barragem do Alto do Lindoso, num acidente que fez também um ferido grave, o segundo piloto.

O primeiro-ministro deseja as melhoras ao piloto ferido e agradece aos “milhares de homens e mulheres que estão no combate aos incêndios”.

“Este é um combate de todos, mas apelo a especial cautela: a primeira missão de quem protege os outros é proteger-se a si próprio”, salienta.

António Costa apela ainda aos cidadãos para se comportarem de forma a evitar os incêndios em “dias de enorme severidade meteorológica, com risco de incêndio muito elevado”. “Temos que reduzir cada vez mais o número de ignições para que o dispositivo atue de forma cada vez mais eficaz”, afirma o primeiro-ministro.

Na Madeira, o Presidente da República disse que já ter apresentado condolências à família do piloto português.

"Já tive ocasião de apresentar as minhas condolências, os meus sentimentos, ao Henrique, filho do piloto Jorge Jardim, que faleceu em circunstâncias dramáticas, ao serviço da comunidade, no combate ao fogo, que tudo indica que está a caminho de estar extinto", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

"Infelizmente, é mais uma perda de uma vida nesta época e neste período, em que já perdemos quatro bombeiros", observou.

Marcelo Rebelo de Sousa revelou ter falado também como o filho do piloto espanhol, gravemente ferido no mesmo acidente.

"Fica aqui registado, com grande pesar meu, aquilo que é mais um triste acontecimento nesta época de fogos", declarou.

(Notícia atualizada às 17h53)