Em resposta à agência Lusa, o gabinete de imprensa da ANPC afirmou que “os aviões que estão a ser empregues no combate ao incêndio rural de Monchique estão a carregar espumífero”.
Em declarações à Lusa na terça-feira, o especialista em incêndios florestais Xavier Viegas defendeu a utilização de produtos químicos no combate ao incêndio de Monchique para evitar reacendimentos, lembrando que os reacendimentos “estão identificados como um dos grandes problemas, que depois dão origem a incêndios ainda piores”.
Também os bombeiros vieram criticar que não se estivesse a utilizar essa ferramenta, mas a ANPC garante que o Estado contratou aviões anfíbios – médios e pesados – que “utilizam espumífero certificado nas missões que realizam a partir da sua base de origem”.
No comunicado enviado para as redações, a ANPC explica que “o espumífero faz parte das obrigações contratuais, sendo fornecido pelas empresas contratadas que operam estes aviões”.
Segundo a ANPC, em cada descolagem, um avião médio Fireboss carrega 70 litros de espumífero, que dá em média para 15 descargas, e cada avião pesado Canadair carrega cerca de 300 litros que dá aproximadamente 12 descargas.
Em Monchique estão hoje cinco helicópteros e oito aviões, segundo a página da ANPC.
Já o mesmo não acontece com os helicópteros, que não utilizam produtos químicos para retardar o fogo, uma vez que tal reduziria “a capacidade de transporte de elementos operacionais”, explica a ANPC.
A ANPC explica, em comunicado, que os 40 helicópteros de ataque inicial “não usam espumífero por ficar reduzida a sua capacidade de transporte de elementos operacionais a bordo”.
“Nos contratos celebrados para o período de 2013-2017 não foi prevista, igualmente, a utilização destes produtos”, confirmando a manchete de hoje do Jornal de Notícias.
O especialista Xavier Viegas sublinhou que “os produtos químicos certificados têm um impacto ambiental mínimo e uma eficácia enorme”.
O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Monchique, no distrito de Faro, já destruiu mais de 21 mil hectares, metade da área ardida na região em 2003.
O incêndio, que já lavra também nos concelhos vizinhos de Portimão e Silves, já provocou 32 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa), e 181 pessoas mantêm-se deslocadas, depois da evacuação de várias localidades.
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