O Presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, visitou hoje à região afetada pela explosão, perto da cidade de Bandar Abbas, esteve com os feridos e afirmou que é preciso descobrir porque é que este acidente aconteceu no porto de Shahid Rajai.

O número de mortos e feridos na sequência da explosão, a que se seguiu um incêndio, tem vindo a ser atualizado, verificando-se um aumento das vítimas mortais, que passou de 28 para 40, segundo os últimos balanços.

Relativamente ao combate ao incêndio, em que a Rússia se disponibilizou para enviar três aviões para ajudar nessa resposta de emergência, as autoridades do Irão indicaram que o fogo se encontra controlado, perspetivando que seja totalmente extinto ainda durante este domingo.

Durante a noite de sábado para domingo, helicópteros e aviões de carga pesada realizaram repetidas missões sobre o porto em chamas, despejando água do mar no local.

No sábado à noite, Masoud Pezeshkian ordenou uma investigação para determinar a causa da explosão no porto de Shahid Rajai.

Inicialmente, as autoridades alfandegárias adiantaram que a explosão foi causada por um incêndio em vários contentores de produtos químicos armazenados numa das docas do porto.

De acordo com uma fonte ligada aos Guardas da Revolução – exército ideológico do país -, citada pelo jornal norte-americano New York Times mas que pediu para não ser identificada por razões de segurança, a explosão foi causada por uma substância utilizada na composição de combustíveis sólidos para mísseis, o perclorato de sódio.

A empresa de segurança privada Ambrey afirmou que o porto recebeu combustível químico para mísseis em março e admitiu que o incêndio possa ter sido “resultado de um manuseamento incorreto de um carregamento de combustível sólido destinado a ser utilizado em mísseis balísticos iranianos”.

O Ministério da Defesa iraniano já negou a existência de qualquer carregamento de combustível militar ou para uso militar no porto de Shahid Rajai.

A explosão aconteceu na mesma altura em que Irão e Estados Unidos se reuniram, no sábado, em Omã, para a terceira ronda de negociações sobre o programa nuclear de Teerão, que avança rapidamente.

Embora ninguém no Irão tenha sugerido diretamente que a explosão tenha sido causada por um ataque, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, que liderou as negociações, reconheceu na quarta-feira que “os serviços de segurança estavam em alerta máximo devido a casos passados de tentativas de sabotagem e operações de assassinato concebidas para provocar uma resposta legítima”.

A explosão, ouvida a dezenas de quilómetros do local, ocorreu por volta das 12:00 locais (09:30 em Lisboa) de sábado num cais do porto de Shahid Rajai, por onde passam 85% das mercadorias do Irão.

Este porto fica perto da grande cidade costeira de Bandar Abbas, no estreito de Ormuz, por onde transita um quinto da produção mundial de petróleo.