Primeiro desvio de avião comercial foi da TAP
Em novembro de 1961, um avião da TAP que ligava Casablanca a Lisboa foi desviado por um grupo de seis antifascistas. A denominada "Operação Vagô", que incorpora aquele que é considerado o primeiro desvio de um avião comercial da história, teve como objetivo lançar panfletos sobre Lisboa, a margem sul do Tejo e Faro, denunciando o regime salazarista e o ato eleitoral que estava marcado para o dia 12 desse mesmo mês.
O rapto mais longo de sempre
Sete anos depois, em 1968, um voo da companhia israelita El Al foi sequestrado por três membros do Partido para a Libertação da Palestina. Tendo partido de Londres com destino a Roma, o avião foi desviado e acabou por aterrar em Argel, cidade onde havia sido declarada guerra a Israel um ano antes. Todos os passageiros não israelitas foram libertados, sobrando 12 passageiros israelitas e 10 tripulantes. A determinada altura, 10 mulheres e crianças foram libertadas, sobrando 12 reféns. Ao todo, foram 40 dias de negociações, num processo que terminou sem vítimas.
Aviões a explodir no deserto
No início da década de 70, quatro aviões foram sequestrados por elementos do Partido para a Libertação da Palestina com o objetivo de chamar a atenção para a questão que envolvia a referida região do Médio Oriente. Depois de desviarem as aeronaves para o deserto de Dawson's Field, na Jordânia, e de libertarem todos os ocupantes das mesmas, os sequestradores fizeram explodir os aviões, exigindo a libertação de dois elementos (um deles já falecido) ligados à sua causa que haviam sido detidos por tentativa de sequestro a uma avião da El Al. As imagens ficaram para a história.
O mistério malaio
Em 1977, uma avião da Malasya Airlines partiu de Penang, na Malásia, com destino a Kuala Lumpur, capital do país. Pouco depois da descolagem, o comandante da aeronave informou a torre de controlo de que o avião estaria a ser sequestrado e desviado para Singapura. Horas depois o avião despenhou-se ainda em território malaio, nunca tendo sido apuradas as circunstâncias que levaram ao sequestro e subsequente despenhagem.
Banho de sangue em Malta
Antes do incidente de hoje, Malta já tinha sido local de um dos piores incidentes de desvios de aviões de que há memória. Em novembro de 1985, elementos do corpo de Comandos do Egipto irrompem por um avião raptado por elementos ligados à organização terrorista da Abu Nidal. Da invasão e troca de tiros resultou a morte de mais de 60 pessoas. Os raptores já haviam executado várias pessoas à porta do avião enquanto estavam estacionados em Malta, onde aterraram e tinham começado a encetar negociações.
Neerja, a heroína
Em 1986 um avião da Pan Am que havia partido da Índia foi sequestrado em Karachi, no Paquistão, onde havia parado antes de retomar uma rota que o levaria aos EUA (com mais uma paragem em Frankfurt). Neerja Bhanot, de apenas 22 anos, era uma das hospedeiras do voo e, segundo os relatos, salvou a quase totalidade dos passageiros do avião abrindo uma das portas de emergência quando os raptores decidiram começar a abrir fogo dentro da aeronave e servindo de escudo humano para três crianças. 20 pessoas morreram, 340 salvaram-se. O seu heroísmo imortalizou-se num filme, lançado este ano.
De Nairobi às Ilhas Comoros, um dos mais mortais incidentes de sempre
São imagens marcantes aquelas que um casal de férias nas Ilhas Comoros registou em 1996. Nas mesmas, pode assistir-se à queda de um avião na água, bem perto da praia. A aeronave em causa pertencia à companhia Ethiopian Airlines e havia sido raptado por três etíopes que procuravam asilo na Austrália. Sabendo que não teria combustível para voar até ao continente australiano (o voo havia saído de Addis Ababa, capital da Etiópia, em direção a Nairobi, no Quénia), o piloto tentou aterrar nas Ilhas Comoros. Contudo, quando ambos os motores falharam, o avião acabou por tentar amarar ao largo da ilha. Segundo os relatos, muitos dos populares tentaram mobilizar-se para ajudar os ocupantes do avião. Ainda assim, 125 dos 175 ocupantes acabaram por falecer, num dos mais mortais incidentes de raptos na aviação de sempre.
O dia em que o mundo mudou
11 de setembro de 2001. O dia em que o mundo mudou. O dia em que 19 terroristas com ligações à organização Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais fazendo dois deles colidir com as Torres Gémeas em Nova Iorque, outro despenhar-se contra o Pentágono e outro em terreno aberto em Shanksville, na Pensilvânia. Ao todo, o ataque vitimou quase 3.000 pessoas e é o incidente envolvendo desvios de aviões mais mortal de sempre.
Uma mensagem para o Papa
Em outubro de 2006 um Boeing 737-400 da Turkish Airways que fazia o trajeto Tirana-Istambul foi sequestrado por um turco que afirmava ter-se convertido ao cristianismo e queria entregar uma mensagem ao Papa. O avião foi forçado por caças F-16 gregos e italianos a aterrar em Brindisi (Itália). O sequestrador entregou-se à polícia italiana e os 107 passageiros e seis membros da tripulação foram libertados em segurança.
Sequestro passional
Em março deste ano e ao fim de semanas em que se multiplicaram os ataques terroristas dentro e fora da Europa, temeu-se o pior quando chegou a notícia de que um homem, que dizia ter um colete de explosivos, tinha desviado o voo MS181 da EgyptAir para Larnaca, no Chipre, e que mantinha reféns. Estes acabaram por ser libertados quando o avião aterrou e afinal os motivos nada tinham que ver com terrorismo: Seif Eldin Mustafa queria ir ao Chipre entregar uma carta à ex-mulher. A carta foi lançada do avião para a pista, o pirata do ar entregou-se às autoridades, o colete de explosivos era afinal feito de capas de telemóvel. E houve até um refém que tirou uma selfie com o sequestrador. É ver e ler para crer, aqui.
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