“Este pedido é um claro reconhecimento da nossa abordagem de optar pelo diálogo como a única arma para a resolução de diferendos”, disse o chefe de Estado, após receber em audiência, em Maputo, o embaixador Elchin Amirbayov, Enviado Especial do homólogo do Azerbaijão, Ilham Aliyev.
Em causa as recentes tensões em Nagorno-Karabakh, que já levaram mais de 100 mil arménios residentes naquele enclave a fugir para a Arménia, e o facto de Moçambique ser atualmente membro não-permanente do Conselho de Segurança.
“E como tem sido característico, a nossa posição de neutralidade foi mais uma vez manifesta em relação a este conflito durante as nossas discussões no Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão do qual somos membro não-permanente no biénio 2023-2024”, recordou o Presidente moçambicano.
Segundo Filipe Nyusi, na audiência de hoje foram ainda discutidas “questões relacionadas à segurança regional e internacional”, mas “também as possibilidades de incremento da cooperação” entre os dois países, “reforçando ainda os laços bilaterais já existentes”.
O enclave do Nagorno-Karabakh, com maioria de população arménia cristã ortodoxa, declarou a independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990, mas os incidentes armados permaneceram frequentes na zona ou ao longo da fronteira oficial entre os dois países, culminando em graves incidentes fronteiriços nas últimas semanas.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou, no passado dia 05, que está previsto um encontro, no final do mês, em Bruxelas, entre o primeiro-ministro arménio e o Presidente do Azerbeijão para discutir as tensões no enclave.
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