O aviso foi feito na primeira conferência de imprensa de David Malpass como presidente do BM, em Washington, nas reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde o norte-americano disse que em 2030, nove de dez pessoas consideradas extremamente pobres vão viver em África.
Apesar de o número de pessoas a viver em condições de pobreza extrema ter descido desde a década de 1990, o BM considera muito preocupante que a maioria dos atuais sete milhões de pobres estejam principalmente concentrados no continente africano.
Na África subsariana estão localizados seis países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
O presidente do BM avisou que a acumulação de dívida nos países menos desenvolvidos é uma forma de estes países crescerem economicamente, desde que o processo seja feito de forma transparente.
Moçambique é um país com dívida muito elevada, e várias consultoras estimam que a dívida pública já supere os 100 por cento do Produto Interno Bruto, um valor considerado insustentável pelos analistas.
O Estado moçambicano está em mãos com o escândalo das chamadas “dívidas ocultas”, após ter assumido empréstimos duvidosos de cerca de dois mil milhões de euros à margem da lei, num caso de corrupção.
David Malpass referiu que, para Moçambique, recentemente afetado pelo ciclone Idai, o Banco Mundial está a trabalhar em projetos e programas de distribuição efetiva de recursos.
O Banco Mundial anunciou no mês passado que vai financiar Moçambique com 90 milhões de dólares (quase 80 milhões de euros), no âmbito do programa de gestão de acidentes e riscos (DRM), incluindo a minimização das consequências da passagem do ciclone Idai.
Na região do continente africano, o crescimento previsto é de menos de um por cento até 2021, o que aumenta o risco de concentração de pobreza extrema.
A desaceleração da economia está a acontecer de forma global, o que envia três avisos preocupantes para o BM: o declínio das reformas estruturais nas principais economias, stresse financeiro em grandes economias emergentes e elevada incerteza política, a nível global.
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