O financiamento, segundo a instituição, foi aprovado na terça-feira e destina-se à implementação do segundo plano DRM (Disaster Risk Management) em Moçambique, para melhorar a eficácia da proteção e ajuda às pessoas perante desastres naturais, incluindo a operacionalização e capitalização do recentemente criado Fundo de Gestão de Desastres e o fortalecimento da prontidão do país para responder a catástrofes e criação de resistência às questões climáticas e reforço e modernização das vulneráveis infraestruturas de educação.

“Quando aprovamos este financiamento, o meu pensamento foi para as famílias que foram vítimas do ciclone Idai e das inundações sazonais no centro de Moçambique. Nós asseguramos que nove milhões de dólares (7,2 milhões de euros) deste financiamento pode ser destinado à emergência, desde que o projeto continue efetivo”, realçou Mark Lundell, diretor para Moçambique do Banco Mundial.

“Este programa foi criado precisamente para reforçar a capacidade de resposta rápida do Governo a catástrofes naturais e a criação de resiliência nas comunidadeS face a futuros desastres naturais”, adiantou.

As evidências mostram que os que mais sofrem com as consequências das alterações climáticas e dos desastres naturais são os menos preparados e aqueles que têm uma limitada capacidade financeira para lidar com estes problemas, aponta o Banco Mundial, em comunicado.

O Banco Mundial estima que o programa, avaliado em 90 milhões de dólares (72,9 milhões de euros), poderá beneficiar diretamente um total de 3,3 milhões de pessoas, incluindo mulheres e outros grupos vulneráveis, como as crianças, que terão benefícios através do reequipamento das escolas.

A exposição de Moçambique aos efeitos das alterações climáticas, reforça a importância do fortalecimento da resiliência financeira do país, defende o Banco Mundial.

O total de fundos para este programa DRM ascende a 132,27 milhões de dólares (116,5 milhões de euros), dos quais 90 milhões de dólares são assegurados pelo Banco Mundial, através das ações de ajuda ao desenvolvimento. O Global Risk Financing Facility assegura seis milhões de dólares (5,2 milhões de euros) e o Governo de Moçambique garante os restantes 36,27 milhões de dólares (32 milhões de euros).

A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué já provocou mais de 300 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos.

Em Moçambique, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas (202, oficialmente) morreram e 350 mil “estão em situação de risco”, tendo decretado o estado de emergência nacional.

O país vai ainda cumprir três dias de luto nacional, até sexta-feira.

O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.

A Cruz Vermelha Internacional indicou na terça-feira que pelo menos 400 mil pessoas estão desalojadas na Beira, em consequência do ciclone, considerando tratar-se da “pior crise” do género no país.

No Zimbabué, as autoridades contabilizaram pelo menos 100 mortos e mais de 200 desaparecidos, enquanto no Malaui as únicas estimativas conhecidas apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos.

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