A imagem, numa parede em ruínas junto a um dos canais de Veneza, é a de uma criança a pegar num sinalizador rosa na mão – tocha usada para pedir socorro no Mediterrâneo — que imediatamente foi identificada como sendo o estilo do Bansky, mas nada o garantia.

Entretanto, duas fotografias desse mural publicadas hoje na conta de Instagram do artista, vieram confirmar a autoria de que já se suspeitava, ainda para mais porque, na mesma altura, foi feita uma performance artística na rua — que criticava o excesso de turismo -, cujo vídeo foi publicado também no Instagram de Bansky há dois dias.

Esse vídeo mostrava um homem de cara encoberta a montar uma banca de arte não autorizada na praça central de São Marcos: uma série de nove pinturas a óleo no estilo veneziano de Canaletto, do século XVIII, que, quando colocadas juntas, retratam um enorme navio de cruzeiro cercado por pequenas gôndolas, abrindo caminho pelos canais de Veneza, refere a AFP.

A peça, intitulada “Veneza no Petróleo”, parece denunciar o turismo de massas que está a pôr em risco grande parte daquela cidade.

No final do vídeo, o artista, que aparece sentado e encoberto por um chapéu, um casaco e um jornal aberto, e cujo rosto nunca se vê, é abordado pela polícia que o manda desmontar a banca, por falta de autorização, e seguir o seu caminho.

Na sua conta de Instagram, Banksy escreveu: “A montar a minha banca na Bienal de Veneza. Apesar de ser o maior e mais prestigiado evento de arte do mundo, por alguma razão nunca fui convidado.”

A 58.ª Bienal de Arte de Veneza começou no dia 11 de maio e decorre até 24 de novembro, com o tema “Tempos interessantes”, estando a representação portuguesa a cargo da artista plástica Leonor Antunes.

A partir de 14 de junho, a Cordoaria Nacional, em Lis-boa, acolhe a exposição “Banksy: Genius or Vandal”, que reúne mais de 70 trabalhos do artista, mas que não tem o seu consentimento.