“Os médicos internos, ou seja, os médicos ditos em formação, são médicos com autonomia e representam um terço dos médicos do SNS. Dos pouco mais de 30 mil médicos que existem no SNS, 10 mil são médicos internos e esses médicos têm uma atividade muito importante dentro do SNS”, afirmou Carlos Cortes à Lusa em Tomar (Santarém).
Aqueles profissionais, sublinhou, “fazem consultas, contribuem para as cirurgias, e trabalham no serviço de urgência”, entre outros.
Não querendo comentar os programas de cada um dos partidos candidatos às eleições de 10 de março, Carlos Cortes disse haver um aspeto que importa elucidar no programa eleitoral do Partido Socialista (PS) por entender haver “muito desconhecimento” sobre essa matéria.
“Os médicos internos trabalham ativamente para o SNS durante cinco, seis ou sete anos, dependendo da sua especialidade”, afirmou Carlos Cortes.
Para o bastonário, a ideia de sujeitar os jovens médicos formados pelo Estado a um tempo mínimo de serviço no SNS não tem “nenhum cabimento” porque os médicos internos “já dão este contributo muito importante ao SNS”.
O responsável, que hoje “apadrinhou” a apresentação pública do Centro de Investigação e Inovação Clínica (CIIC) da ULS Médio Tejo, disse ainda que “as pessoas, antes de fazerem propostas, têm de estar mais informadas sobre aquilo que é o trabalho dos médicos”.
O PS já afirmou que a ideia de sujeitar médicos formados pelo Estado a um tempo mínimo no Serviço Nacional de Saúde (SNS) será avaliada e só será tomada após negociação e aceitação pelas estruturas representativas do setor.
Esta proposta consta do programa eleitoral do PS, tendo sido desde logo contestada, designadamente pela Iniciativa Liberal (IL) e pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
Fonte oficial do PS rejeitou à agência Lusa que possa fazer sentido uma controvérsia em torno dessa proposta e adiantou: “Avaliar a possibilidade significa, tal como referido, que qualquer uma dessas medidas nunca será tomada sem avaliação, negociação e aceitação por parte das estruturas representativas dos médicos”.
No programa eleitoral do PS prevê-se a possibilidade de introdução de um tempo mínimo de dedicação ao SNS pelos profissionais de saúde, nomeadamente médicos, na sequência do período de especialização.
Em relação aos médicos que pretendem emigrar ou ingressar no setor privado, os socialistas admitem a “possibilidade de introdução de um quadro de compensações, pelo investimento público do país na sua formação”.
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