“O primeiro-ministro em Bruxelas debruçou-se sobre a questão das vacinas nomeadamente sobre as encomendas de uma quarta dose da vacina e está muito bem que Portugal se prepare para que toda a população seja vacinada de acordo com aquilo a ciência recomenda em cada momento. Mas muito sinceramente falta abordar o problema das vacinas em Bruxelas como ele deve ser abordado que é a quebra das patentes”, afirmou Catarina Martins, em declarações aos jornalistas à margem da entrega das listas de deputadas às eleições legislativas de 30 de janeiro.

Salientando que “o lucro das farmacêuticas tem sido mais importante para a União Europeia do que a vacinação de toda a gente”, a bloquista lembrou que vários países se uniram para pedir o levantamento das patentes e que António Guterres, enquanto secretário-geral da ONU chamou a atenção, para a falência moral do processo de vacinação”.

Para a também cabeça de lista pelo círculo do Porto nas legislativas de 2022, se Portugal quer ter uma posição de defesa da população, devia estar, neste momento, a colocar em cima da mesa a quebra de patentes por forma a garantir mais produção de vacinas e sobretudo que nenhum país do mundo fica excluído.

“É onde a vacina não chega que aparecem as novas variantes”, disse, sublinhando que nenhum país está protegido enquanto o todo o mundo não estiver vacinado.

A ministra da Saúde revelou hoje que as estimativas da presença da variante Ómicron em Portugal indicam já uma prevalência de 20%, que poderá subir para 50% na semana do Natal e 80% no final do ano.

Marta Temido revelou ainda que o Governo vai aumentar o número de testes covid-19 gratuitos por pessoa, que está agora fixado em quatro por mês. A medida "poderá avançar" na próxima semana.

A covid-19 provocou mais de 5,33 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.741 pessoas e foram contabilizados 1.215.774 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 77 países de todos os continentes, incluindo Portugal.