Na primeira declaração em plenário, após a "rentrée" política, o deputado do CDS-PP começou por criticar a possibilidade, hoje conhecida, de ser criado um novo imposto sobre património e acusou o Governo e os partidos que o apoiam de fazerem "tudo ao contrário do que prometeram em campanha eleitoral".
João Almeida acusou o Governo PS, o BE e o PCP de terem aumentado os impostos indiretos e de terem demonstrado "insensibilidade social na política fiscal", afirmando registar a "alteração de comportamento das esquerdas" a partir do momento em que apoiaram a atual solução governativa.
Afirmando que "não há um dado que sustente" a política económica do Governo, que "dá com uma mão e tira com as duas", João Almeida acusou depois o PS de ser um "partido neobolivariano", o BE um "partido de lavandaria" e o PCP de passar de "partido radical a não mais que um off-shore político".
"Não vamos ficar à espera que o governo caia de podre, (…) vamos mostrar que temos alternativa clara, que tire o sorriso cínico da cara do primeiro-ministro", disse, considerando que a atual solução política "claramente falhou".
Mais à frente, em resposta a pedidos de esclarecimento do líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, e do deputado do PCP Paulo Sá, o deputado do CDS-PP carregou nas críticas a estes partidos, afirmando que "meteram a coerência na gaveta".
"Ainda o PS não fez uma proposta errada, já os senhores estão a dizer que faz todo o sentido. Os senhores são a lavandaria de toda a porcaria que o governo socialista faz e portanto têm que perceber que, sobre incoerência, sobre demagogia, sobre fazer uma coisa e dizer outra, os senhores são campeões", acusou.
Pedro Filipe Soares tinha acusado o CDS-PP de ser um partido "de hipocrisia e demagogia", prometendo na oposição o que não faz quando está no governo.
Em resposta ao PCP, que acusou o CDS-PP de "descaramento" por falar em aumentos de impostos quando "no anterior governo fez o maior aumento de impostos no país", João Almeida questionou se os comunistas consideram que os partidos políticos devem pagar IMI.
"Pergunto se já sabe se o imposto sobre o património que o PS combinou com o BE se aplica a partidos políticos. Quando dizem que querem combater off-shores são só de outros países ou também são os de eventos que os partidos organizam em território nacional e que não cobram impostos?", questionou.
Pelo PS, o deputado João Galamba rejeitou as críticas de que o governo esteja a "reverter as promessas eleitorais", considerando que, pelo contrário, o rendimento disponível dos portugueses aumentou.
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