Estas posições foram defendidas pelo membro da Comissão Política do Bloco de Esquerda já na reta final do primeiro de dois dias de convenção deste partido, num discurso em que assumiu como principal desígnio da sua força política o objetivo de continuar a "quebrar o rotativismo ao centro" do poder político no país.
José Gusmão deixou várias questões aos delegados à convenção sobre se o PS rompeu realmente com o centro ou se o atual acordo de Governo com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV foi apenas um expediente para chegar ao poder.
"O PS quer entendimentos à esquerda ou vai lançar-se de novo ao rio?", perguntou, numa alusão a um acordo de "Bloco Central" PS/PSD.
Para José Gusmão, as respostas a estas questões foram já dadas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, "o principal ideólogo do PS" e "o homem que sempre adorou malhar na esquerda".
Segundo o dirigente bloquista, Augusto Santos Silva não preconiza qualquer abandono da chamada "Terceira Via", com conciliação com o liberalismo económico.
"Um PS que já mostra sinais de arrogância e que já hostiliza os seus parceiros quando ainda nem tem maioria relativa [no parlamento] iria voltar a dialogar e a procurar entendimentos à esquerda quando estivesse sentado em cima de uma maioria absoluta? Se o PS está onde sempre esteve, como afirmou António Costa, então uma maioria absoluta só nos dará a política do PS no passado", concluiu.
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