“O país tem de conhecer exatamente a dimensão da tragédia. É um caso, mas todos os casos são igualmente importantes”, afirmou Catarina Martins, em Valongo, distrito do Porto, reagindo assim a uma notícia do Expresso de que a lista de 64 mortos do incêndio de Pedrógão Grande exclui vítimas indiretas.
De acordo com o semanário, os critérios para elaborar a lista oficial das vítimas mortais do incêndio que deflagrou há cerca de um mês naquele concelho “excluem mortes indiretas”, designadamente a de uma mulher que foi atropelada quando fugiu das chamas.
Para Catarina Martins, que classificou a notícia como “perturbadora”, a senhora “não estaria contabilizada, mas é na mesma vítima daquela tragédia”.
“Todas as pessoas têm de ser respeitadas no que aconteceu. Existir um caso significa que há alguma coisa que não está bem feita”, disse, acrescentando ser essencial ouvir as populações afetadas pelo incêndio no âmbito da investigação que está a decorrer.
A coordenadora do BE frisou que “nenhuma” pessoa que estava naquela circunstância “pode deixar de ser lembrada”.
O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.
Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.
A área destruída por estes incêndios na região Centro corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março.
O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.
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