Com cartazes onde se podia ler “Não quero escolher entre estudar e viver”, “400 euros por um quarto não é renda, é roubo” ou “Lisboa não está à venda”, um conjunto de jovens do BE montaram hoje várias tendas na zona da Cidade Universitária de Lisboa para chamar a atenção para a falta de alojamentos para os estudantes do ensino superior, uma iniciativa que contou com a presença de Catarina Martins.

“Aquilo que nós vamos propor é que no Orçamento do Estado para 2023 haja medidas de dois tipos. A primeira, a requisição de emergência de alojamentos onde é preciso para que as pessoas não desistam de estudar e a segunda um aumento da ação social escolar, não só no seu valor, mas também para chegar a mais gente que não consegue pagar os preços da habitação tal como eles estão neste momento”, anunciou em declarações aos jornalistas.

O objetivo destas propostas é, segundo a dirigente bloquista, “evitar que as pessoas desistam do ensino superior”, considerando que “não dá para esperar para 2026”, data indicada pelo Governo para o programa de residências universitárias.

“E é importante repeti-lo para que todos os deputados, todos os partidos percebam que não vale ir a jogo num Orçamento do Estado e dizer que em 2026 é que vai haver alojamento para estudantes. É agora que é preciso alojamento para que esta geração não seja obrigada a desistir do ensino superior”, enfatizou.

Catarina Martins recordou que se “celebrou e bem” a “boa notícia” de nunca terem entrado tantos estudantes no ensino superior como este ano.

“O que não se está a dizer nesta notícia é que depois um em que cada 10 não se matricularam. Conseguiram entrar no ensino superior, mas um em cada 10 não se matricularam entre outras razões, e esta é a principal, porque é impossível encontrar alojamento a um preço que as famílias, os jovens possam pagar”, afirmou.

Considerando que “este é um enorme problema”, a líder do BE avisou que “à medida que ano letivo avança, se nada for feito, o número de jovens que são obrigados a abandonar o ensino superior vai aumentar”.

“Tem sido assim todos os anos. Este ano a situação está mais grave do que nunca porque muitas das habitações que tradicionalmente estavam disponíveis para estudantes, estão agora em alojamento local e outras ofertas para turismo e os estudantes ficaram sem ter onde viver”, referiu.

O Governo, segundo Catarina Martins, “tem falado do seu programa de residências, mas o programa que era suposto ter ficado pronto em 2022 foi adiado agora para 2026”.

“Haver residências públicas em 2026 é muito importante, mas não resolve o problema a quem está agora no ensino superior. Não pode esperar por 2026, precisa de alojamento agora”, insistiu, criticando que na semana passada, no parlamento, o PS tenha chumbado “todas as propostas para que houvesse resposta de urgência ao alojamento de estudantes”.

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