A Ordem dos Médicos decidiu que o Hospital Santa Maria, em Lisboa, fica impedido de formar internos na especialidade de otorrinolaringologia, segundo confirmou à Lusa o presidente do colégio de especialidade.

Artur Condé disse que, “até nova avaliação”, está suspensa a idoneidade para formar novos internos de otorrino no Santa Maria, por não estarem reunidas as condições exigíveis.

Perante esta situação, o grupo parlamentar do BE solicitou ao Governo, através do Ministério da Saúde, “o relatório elaborado pela Ordem dos Médicos que levou à perda de idoneidade formativa do serviço de otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa”.

O BE quer também saber se o Governo tem conhecimento da situação exposta e “quais os motivos que levaram à retirada de idoneidade formativa ao serviço de otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria”.

O BE questionou ainda o Ministério da Saúde sobre que “medidas de acompanhamento têm sido implementadas pelo conselho de administração do CHLN junto do serviço de otorrinolaringologia do Hospital de Santa Maria, perante as denúncias que têm vindo a surgir”.

Os bloquistas questionam o conselho de administração relativamente à manutenção de confiança no atual diretor do serviço de otorrinolaringologia.

Para o Bloco, “é essencial que o serviço de otorrinolaringologia se pacifique, algo que inquestionavelmente beneficiará os profissionais que aí trabalham bem como os utentes”.

Hoje, o administrador do CHLN solicitou à Ordem dos Médicos informação sobre a suspensão da formação de internos em otorrinolaringologia, estranhando que uma audição da mesma Ordem não tenha ido nesse sentido.

Numa carta enviada ao bastonário da Ordem dos Médicos, o administrador Carlos Martins e a diretora clínica Margarida Lucas manifestam a sua “surpresa” por saberem da decisão do impedimento da formação de internos na especialidade de otorrinolaringologia através do Diário de Notícias.

A documentação sobre esta decisão foi solicitada pelo CHLN que considera grave “a suspensão da capacidade formativa para o ano de 2019, num dos pilares de formação médica, de investigação de excelência e de prestação de cuidados de referência do SNS”, segundo a missiva.

O CHLN recorda que a secção regional do sul da Ordem dos Médicos remeteu, no passado dia 20 de abril, uma cópia do Relatório de Audição, anexado na carta dirigida a Miguel Guimarães, “o qual não pronunciava uma decisão” como a que o bastonário terá tomado.

De acordo com esse relatório da audição ao serviço de otorrinolaringologia (ORL) do CHLN pelo conselho regional sul e colégio da especialidade de ORL da Ordem dos Médicos, “as opiniões dos internos parecem, no seu conjunto, ir no sentido da manutenção da qualidade formativa”.

No decorrer da audição foi, contudo, evidenciado um “conflito interno”.

A Ordem dos Médicos sugeriu, nesse documento, que “enquanto não houver capacidade para aumentar os tempos de bloco, a capacidade de ORL na região de Lisboa deverá ser ponderada”.

“É importante que cesse o ambiente de conflito existente entre os especialistas do serviço. Um ambiente de colaboração entre todos é um caldo de cultura médica favorável à formação”, prossegue o relatório.

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