"Os comerciantes estão a transmitir que as vendas não estão a aumentar e a corresponder às expectativas que tinham para esta época de Natal", disse esta quarta-feira à agência Lusa o presidente da Associação do Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja, João Rosa.
Segundo o responsável, o comércio tradicional "continua a debater-se com o fenómeno imparável e a concorrência das grandes superfícies comerciais", que são "cada vez mais procuradas pelas pessoas para fazerem as compras" do dia-a-dia e também as relacionadas com a época de natal, como presentes.
"Basta ir às grandes superfícies comerciais que existem em Beja e verifica-se que estão com cada vez mais gente e a vender mais", disse, lamentando que, por outro lado, "as pessoas não procuram o pequeno comércio", que "cada vez vende menos".
Existem vários fatores, como estratégias de marketing, oferta, comodidade e facilidade de estacionamento, que "levam as pessoas às grandes superfícies e sem procurarem o pequeno comércio, onde, muitas vezes, até poderiam comprar produtos mais baratos", disse.
O pequeno comércio tradicional "enfrenta" a concorrência dos hipermercados existentes no distrito de Beja e também dos grandes centros comerciais de outras zonas do país, sobretudo do Algarve, Lisboa e Évora.
Recentemente, abriram dois novos centros comerciais relativamente perto de Beja, um em Loulé, no Algarve, e outro em Évora, no Alentejo, lembrou.
"Naturalmente, as pessoas aproveitam para dar um passeio e deslocam-se a grandes centros comerciais para fazerem compras", explicou, lamentando que "a situação vai estando cada vez mais difícil para os estabelecimentos do pequeno comércio, que vão morrendo aos poucos".
Seis dos 14 municípios do distrito de Beja, os de Aljustrel, Beja, Castro Verde, Mértola, Odemira e Serpa, estão a promover campanhas para incentivar as compras nos estabelecimentos de comércio tradicional dos respetivos concelhos nesta época de Natal.
Através das campanhas, os estabelecimentos comerciais aderentes facultam aos clientes um cupão por um determinado valor em compras, que varia entre os 10 e os 20 euros consoante a campanha, para poderem participar num sorteio de prémios.
Segundo João Rosa, "as campanhas ajudam um pouco, mas não têm tido os resultados que se esperavam", porque, "apesar de todas as boas vontades dos comerciantes e das câmaras, as pessoas procuram as grandes superfícies comerciais".
"É verdade que quase todas as câmaras do distrito de Beja estão a fazer um esforço" para incentivar as compras nos estabelecimentos de comércio tradicional, mas "é quase como remar contra a maré, porque as grandes superfícies comerciais são um fenómeno imparável", sublinhou.
Além das campanhas, os municípios de Aljustrel, Mértola e Odemira também estão a promover concursos de montras de Natal para dinamizar e tornar mais apelativos os estabelecimentos de comércio tradicional na época natalícia.
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