Segundo o título, os serviços de informações norte-americanos teriam informado o senador eleito pelo Estado do Vermont, e outros congressistas, de interferências de Moscovo no processo eleitoral, aparentemente em favor de Sanders, mas com o objetivo real de promover a vitória do republicano Donald Trump.

“Francamente, não quero saber quem é que Putin [Presidente da Rússia] quer como presidente. A minha mensagem para ele é clara: mantenha-se afastado das eleições americanas, o que vou garantir quando for presidente”, reagiu Bernie Sanders, em comunicado.

“Em 2016, a Rússia utilizou a propaganda na internet para semear a divisão no nosso país, e compreendo que o queiram fazer outra vez em 2020″, acrescentou.

As revelações sobre uma nova ingerência russa nas eleições norte-americanas, através da manipulação de mensagens nas redes sociais, multiplicam-se desde há dois dias nos EUA.

Na sexta-feira, não estava estabelecido nenhum laço formal entre as supostas tentativas de ingerência russa em favor de Trump e Sanders.

Muitos analistas consideram que uma nomeação de Bernie Sanders como candidato presidencial dos democratas poderia ajudar Trump, porque o seu programa de esquerda seria menos suscetível de agregar os eleitores do que o de outros candidatos.

Os democratas iniciaram no princípio do mês o seu processo interno de escolha do candidato presidencial para as eleições de 03 de novembro.

Nas eleições de 2016, os serviços de informações norte-americanos concluíram que a Federação Russa tinha procurado ingerir-se no processo em prejuízo da candidata democrata, Hillary Clinton. Isto veio a ser confirmado pelo inquérito judicial dirigido pelo procurador especial Robert Mueller.

A reunião entre os congressistas e os serviços de informações ocorreu em 13 de fevereiro.

Um dirigente sénior da Casa Branca disse à AP que a notícia enfureceu Trump, que se queixou da possibilidade de os democratas usarem a informação contra ele.

Um dia depois da reunião, Trump criticou o diretor das Informações Nacionais, Joseph Maguire, que controla a comunidade dos 17 serviços de informações norte-americanos.

Na quinta-feira substituiu-o formalmente por uma pessoa da sua confiança, Richard Grenell, embaixador na Alemanha, sem experiência na área.

Também este mês, o diretor da polícia federal (FBI), Christopher Wray, ouvido na comissão de Justiça da Câmara dos Representantes, afirmou que a Federação Russa estava envolvida em uma “guerra de informação”, com vista às eleições de novembro, baseada em campanhas cobertas nas redes sociais para dividir o público norte-americano.

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