“As perdas sem precedentes no novo Banco e a necessidade dos contribuintes portugueses injetarem mais 800 milhões de euros são exemplos de quão mal o Banco de Portugal tem gerido a resolução do Banco Espirito Santo e a venda do Novo Banco”, disse o Note Group, numa nota a que a Lusa teve acesso.
Para o grupo, composto por fundos de investimento como o Attestor Capital, BlackRock, CQS e Pimico, “o banco central português falhou no envolvimento com os ‘stakeholders’[público estratégico], tomando decisões que impuseram custos indevidos aos contribuintes e desestabilizaram o sistema bancário”.
“O Novo Note Group encoraja as autoridades portuguesas a voltarem a interagir com o nosso grupo para encontrar uma solução, mutuamente benéfica, que reforça a estabilidade financeira e mitigue os custos contínuos para os contribuintes”, concluiu.
O Novo Banco teve prejuízos de 1.395,4 milhões de euros em 2017, acima dos 788,3 milhões de euros, devido à constituição de "elevados montantes" de provisões, segundo comunicou a instituição ao mercado.
No comunicado à CMVM, o Novo Banco diz que "os prejuízos apresentados decorreram, fundamentalmente, do reconhecimento de montantes elevados de imparidades, de acordo com as exigências das autoridades europeias por forma a que as instituições bancárias tenham condições de recuperar rentabilidade de uma forma mais rápida e consistente".
O Novo Banco constituiu, o ano passado, 2.057 milhões de euros em imparidades (provisões para potenciais perdas), quer para crédito quer para negócios a serem alienados ou descontinuados.
O banco refere ainda que recorreu em 791,7 milhões de euros ao mecanismo de capital contingente, acordado aquando da venda ao Lone Star, pelo qual o Fundo de Resolução bancário (sob gestão do Banco de Portugal) ficou de capitalizar o Novo Banco em caso de necessidades de capital em determinadas circunstâncias.
Desde outubro, o Novo Banco (criado em agosto de 2014 para ficar com os ativos considerados menos problemáticos do ex-BES) pertence em 75% ao fundo norte-americano Lone Star, mantendo o Fundo de Resolução bancário os restantes 25%.
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