Com 130 mil pessoas em lista de espera para pedidos de asilo, Inglaterra decidiu passar a usar navios e instalações militares como espaços provisórios onde instalar os migrantes. Até aqui, quem chegava a Inglaterra era instalado em hotéis cujo custo ascende atualmente, segundo as autoridades, a 1,9 mil milhões de libras (2,2 mil milhões de euros), o que é apresentado como uma das razões para procurar outros espaços.
O Bibby Stockholm é um deles. Começou a receber migrantes esta semana debaixo de protestos e de explicações do executivo. É apelidado de "prisão flutuante" pelas ONGs e associações que protestam contra a sua utilização, sendo que uma das críticas é precisamente o facto de manter os migrantes no mar, quando muitos deles chegam a Inglaterra depois de experiências traumáticas de travessias.
Um primeiro grupo de solicitantes de asilo foi instalado, nesta segunda-feira, a bordo do Bibby Stockholm. A embarcação de 93 metros de comprimento e 27 metros de largura foi modificada para instalar 222 cabines e receber até 500 migrantes.
Com dificuldades nas sondagens e a um ano das próximas eleições legislativas, o primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, apontou baterias a “parar as embarcações” que atravessam o Canal da Mancha ilegalmente e vem aumentando as iniciativas nesse sentido. Londres anunciou também, no domingo, uma parceria com a Meta (empresa detentora do Facebook e do Instagram), o X (antigo Twitter) e o TikTok para remover conteúdo online que possa encorajar migrantes a fazerem a travessia marítima entre França e Inglaterra e multas mais pesadas para quem faça contratos com migrantes em situação irregular.
Só em 2022, o Reino Unido recebeu, segundo a ACNUR, 328.989 pedidos de asilo, mais do dobro face ao ano anterior com 137.078. O tempo de resposta é, em média, de seis meses.
*com AFP
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