Merrick Garland, 68 anos, está atualmente à frente do tribunal de apelação de Washington, órgão conhecido pela importância dos casos que julga, após a sua nomeação por Barack Obama para o Supremo Tribunal em 2016 ter sido bloqueada pelos republicanos.
Além do ministro, Biden escolheu três outras pessoas para altos cargos no Departamento de Justiça para “restaurar a independência” do ministério e a confiança no estado de direito.
Assim, a conselheira de segurança interna do governo de Obama, Lisa Monaco, deverá ser vice-procuradora-geral e a antiga chefe da divisão dos Direitos Civis do departamento Vanita Gupta procuradora-geral associada, a “número três” oficial.
Para procuradora-geral adjunta para os direitos civis é nomeada Kirsten Clarke, que preside ao Comité de Advogados para os Direitos Civis, um grupo de defesa de direitos.
Joe Biden apresentará o seu futuro ministro da Justiça e as demais nomeadas hoje às 13:30 locais (18:30 em Lisboa), em Wilmington, no Delaware.
“Estas nomeações refletem o profundo compromisso do presidente eleito em reafirmar o (papel do) Departamento de Justiça como um pilar de independência e integridade e em garantir que o ministro da Justiça e a sua equipa sejam advogados do povo norte-americano, não o escritório de advocacia do presidente”, afirma o comunicado da equipa de Biden.
Merrick Garland substituirá Bill Barr que a oposição democrata denominou de “advogado de Donald Trump” devido às várias intervenções a favor do presidente cessante ou de próximos.
O futuro procurador-geral, se a nomeação for confirmada pelo Congresso, deverá reafirmar a independência do seu ministério, tranquilizar uma parte dos seus cerca de 110.000 funcionários, mas também iniciar reformas profundas prometidas pelo candidato democrata durante a campanha eleitoral.
Um dos primeiros desafios será o combate à violência e ao racismo nos diferentes serviços policiais, uma questão que esteve no centro da campanha eleitoral após a morte de George Floyd, um negro que morreu sufocado sob o joelho de um polícia branco no final de maio.
Joe Biden também prometeu desenvolver alternativas à prisão, nomeadamente para os consumidores de droga.
A nomeação de Merrick Garland acontece um dia depois do anúncio da vitória de dois democratas como senadores pela Geórgia, o que garante ao partido o controlo da câmara alta do Congresso.
O futuro presidente fica assim com mais margem de manobra nas suas escolhas para cargos chave. A maioria das nomeações federais nos Estados Unidos tem de ser confirmada por ambas as câmaras.
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