“Se um objeto [voador] representar uma ameaça à segurança dos americanos, eu o derrubarei”, frisou o chefe de Estado norte-americano, durante um discurso televisionado, o primeiro desde que os Estados Unidos derrubaram um balão chinês e três objetos voadores não identificados que sobrevoavam a América do Norte.
Joe Biden revelou que estão a ser desenvolvidas “regras mais rígidas” para rastrear, monitorizar e potencialmente abater objetos aéreos desconhecidos.
O Presidente norte-americano instruiu o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan a liderar uma “equipe interagências” para rever os procedimentos dos EUA.
Biden apontou ainda que os últimos três aparelhos voadores, que os EUA abateram sobre o seu território e o Canadá, pertenciam possivelmente a empresas privadas e estavam a fazer trabalhos de investigação, não existindo provas de que estivessem ligados ao “balão-espião” chinês que Washington derrubou em 04 de fevereiro sobre as águas do Atlântico na costa da Carolina do Sul.
O democrata revelou também que está a pensar conversar com o Presidente da China, Xi Jinping, mas assegurou que não irá apresentar as suas desculpas pelo derrube do balão chinês, que os norte-americanos acusam de servir para vigilância.
Biden criticou duramente o programa de vigilância da China, realçando que a “violação” da soberania dos EUA é “inaceitável”, embora pretenda manter as linhas de comunicação abertas.
“Não queremos uma nova Guerra Fria” e “vamos continuar conversando com a China”, vincou o Presidente norte-americano durante o curto discurso.
“Espero poder falar com o Presidente Xi e chegar ao fundo deste assunto, mas não peço desculpas por derrubar este balão”, acrescentou.
As autoridades norte-americanas continuam a insistir na versão de que o objetivo abatido em 04 de fevereiro se tratava de um balão chinês equipado com material de vigilância, fazendo parte de um vasto programa global de espionagem da China, apesar dos desmentidos de Pequim.
O “balão-espião” chinês foi localizado no final de janeiro sobre o espaço aéreo dos EUA e abatido depois de dias a sobrevoar diversas áreas do país, como o Estado do Montana (nordeste), onde fica um dos três campos de silos de mísseis nucleares existentes nos Estados Unidos.
Na última semana, três outros objetos voadores também foram abatidos em território dos EUA e no Canadá, dos quais até o momento as autoridades norte-americanas não puderam confirmar a sua origem.
Como resultado da crise e escalada de tensões, o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken adiou a sua primeira viagem planeada à China, sem que tenha sido marcada uma nova data.
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