"No último sábado, sob minhas ordens, os Estados Unidos realizaram um ataque aéreo sobre Cabul, que matou o emir da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri", informou o presidente norte-americano Joe Biden numa conferência de imprensa na Casa Branca.

Considerado o cérebro por trás dos atentados de 11 de setembro de 2001, que deixaram quase três mil mortos em Nova Iorque, Zawahiri assumiu a liderança da organização terrorista depois da morte de Osama bin Laden, em 2011.

“Esteve profundamente envolvido no planeamento dos ataques de 11 de setembro [de 2001]. Durante décadas foi responsável por orquestrar ataques contra cidadãos norte-americanos. Agora, foi feita justiça e este líder terrorista já não existe”, frisou Joe Biden, numa declaração a partir da Casa Branca, esta segunda-feira.

Joe Biden referiu que o mundo já não precisa temer este “assassino impiedoso”, destacando em particular, os familiares das vítimas do 11 de setembro.

“Espero que esta ação decisiva permita mais um virar de página para as famílias que perderam alguém no 11 de setembro”, atirou, sobre os ataques organizados pela Al-Qaeda, na altura liderada por Osama bin Laden, com Ayman al-Zawahiri como 'número dois'.

O governante salientou também que os EUA “continuam a demonstrar capacidade para defender os cidadãos norte-americanos dos que querem fazer mal” ao país.

“Não interessa quanto tempo demore, ou onde quer que se escondam, se forem uma ameaça à população dos EUA, vamos encontrar-vos e eliminar-vos”, sublinhou ainda, dirigindo-se a “todos aqueles um pouco por todo o mundo que querem prejudicar os Estados Unidos".

Este era um dos terroristas mais procurados em todo mundo pelos Estados Unidos, que ofereciam 25 milhões de dólares como recompensa por qualquer informação que levasse à sua prisão ou condenação.

Nenhuma vítima civil

Um alto funcionário do governo norte-americano tinha revelado aos jornalistas que decorreu no fim de semana uma “operação antiterrorista contra um grande alvo da Al-Qaeda" no Afeganistão.

Os ‘media’ norte-americanos adiantaram de imediato que o alvo de um ataque de ‘drone’ da Agência Central de Inteligência (CIA) “bem-sucedido”, em Cabul, era o líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri.

Joe Biden revelou que os agentes dos serviços de informação norte-americanos rastrearam Al-Zawahiri, que se encontrava numa casa no centro de Cabul, escondido com a família.

O chefe de Estado norte-americano aprovou a operação na semana passada, na segunda-feira, e esta foi executada no domingo de manhã, acrescentou.

Segundo a Casa Branca, apenas o líder da Al-Qaeda morreu na operação, e não houve danos colaterais, nem mesmo dos membros da família do líder da organização terrorista, sendo que a mesma informação foi transmitida por Biden.

Uma autoridade dos EUA frisou à agência de notícias France-Presse (AFP) que a operação decorreu sem qualquer presença militar no terreno.

Nascido no Egito em 1951, Zawahiri assumiu a liderança da organização terrorista após a morte de Osama bin Laden, numa operação norte-americana no Paquistão, em 2011.

O Departamento de Estado norte-americano oferecia até 25 milhões de dólares (24,3 milhões de euros) de recompensa por informações que levassem à captura do líder da Al-Qaeda.

O ataque contra Al-Zawahri permite eliminar a figura que moldou a Al-Qaeda, primeiro como 'vice' de Osama Bin Laden desde 1998 e depois como o seu sucessor.

As duas figuras utilizaram armas do movimento ‘jihadista’ para atacar os Estados Unidos, orquestrando o ataque mais mortífero em solo norte-americano, os ataques de 11 de setembro de 2001.

Os ataques ao World Trade Center e ao Pentágono fizeram de Bin Laden o ‘inimigo número um da América’, mas estes nunca teriam ocorrido sem o seu braço direito.

Bin Laden forneceu carisma e dinheiro à Al-Qaeda, mas Al-Zawahri trouxe capacidade tática e habilidades organizacionais necessárias para criar militantes numa rede de células em países de todo o mundo.

A operação ocorreu quase um ano depois da retirada caótica das forças norte-americanas do Afeganistão, que permitiu aos talibãs recuperarem o controlo do país, 20 anos depois.

A Al-Qaeda já tinha perdido o seu 'número dois', Abdullah Ahmed Abdullah, morto em agosto de 2020 em Teerão por agentes israelitas, numa operação secreta apoiada por Washington, segundo revelou na altura o jornal New York Times.

Em 03 de fevereiro, Joe Biden anunciou a morte do líder do grupo Estado Islâmico (EI) Abu Ibrahim al-Hachimi al-Qourachi, durante uma operação realizada no norte da Síria.

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