Uma investigação governamental sobre a campanha iniciada pelo exército birmanês, após o assalto armado de outubro que causou a morte de nove guardas fronteiriços, concluiu que as forças de segurança não cometeram abusos contra essa minoria.
O exército birmanês respondeu ao ataque, atribuído a um grupo rebelde rohingya, com uma operação de segurança que levou pelo menos 74 mil rohingya a fugir para o Bangladesh, tendo a ONU e outras organizações denunciado inúmeros abusos contra a população civil, incluindo assassínios, violações e queima de casas.
O vice-presidente da Birmânia, Myint Swe, afirmou que não existem provas de crimes contra a humanidade ou de uma limpeza étnica, como foi alegado, ao apresentar, este domingo, o resultado da investigação levada a cabo pelo seu governo, noticia hoje o diário estatal Global New Light of Myanmar.
Myint Swe rejeitou assim a denúncia que consta de um relatório, de fevereiro, do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, que levou à criação de uma comissão de inquérito à qual as autoridades birmanesas vetaram acesso ao país.
O relatório da comissão governamental birmanesa acusou a investigação da ONU de exagerar no número de mortos, feridos e danos causados pelas forças de segurança; e repreendeu-a por não dar mais importância aos prejuízos causados pelo ataque rebelde.
Mais de um milhão de rohingya vivem no estado de Rakhine, onde sofrem uma crescente discriminação desde o surto de violência sectária que provocou, em 2012, pelo menos 160 mortos e deixou ainda aproximadamente 120 mil membros daquela comunidade confinados em 67 campos de deslocados, onde vivem diversas restrições, nomeadamente privação de movimentos.
As autoridades birmanesas não reconhecem cidadania aos rohingya — minoria apátrida considerada pelas Nações Unidas como uma das mais perseguidas do planeta.
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