“Eles fizeram voltar à cena do crime o maior ladrão da história do Brasil. Um apoiador de ditaduras. O que eles querem é a ditadura, com o controle social da mídia”, afirmou Bolsonaro, referindo-se ao Presidente brasileiro, Lula da Silva, para delírio dos milhares de manifestantes que ocuparam parte da orla da famosa praia de Copacabana.
“Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”, ecoou-se na multidão.
Jair Bolsonaro disse ainda, sem precisar nomes, que estão a atacar “o homem mais rico do mundo, que é dono de uma plataforma cujo objetivo é fazer com que o mundo todo seja livre”.
“É um homem que preserva pela liberdade para todos nós, que teve coragem de mostrar com todas as provas para onde nossa democracia estava indo”, frisou, numa alusão aos recentes ataques feitos por Elon Musk dono da rede social X, a Alexandre de Moraes, o juiz do Supremo Tribunal que lidera as investigações contra Bolsonaro.
O juiz investiga Bolsonaro pelo seu alegado envolvimento na tentativa de golpe que visava derrubar o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva a 08 janeiro de 2023 e tem sido acusado, repetidamente, nas últimas semanas, de censurar as redes sociais.
De acordo com a Polícia Federal brasileira, Bolsonaro, depois de ter perdido as eleições de 2022, discutiu com militares uma minuta de golpe de Estado, na qual estava previsto prender alguns juízes do Supremo e que previa ainda a realização de novas eleições presidenciais, usando, como o pretexto de irregularidades, nunca provadas, de fraude nas urnas eletrónicas.
“Nunca jogamos fora das quatro linhas. Alguém já viu essa minuta de golpe? Quando se fala em estado de sítio, é uma proposta que o presidente, dentro de suas atribuições constitucionais, pode submeter ao parlamento brasileiro”, defendeu-se assim Bolsonaro.
Na manifestação de hoje, que teve como objetivo arrecadar apoio popular na luta contra as investigações e pelas condenações que o deixaram inelegível até 2030, Bolsonaro afirmou que “o sistema passou a trabalhar contra a liberdade de expressão” e que “concluir o trabalho de Juiz de Fora”, onde foi vítima de uma facada em 2018, durante a campanha eleitoral que o tornou Presidente do Brasil.
Defendeu-se depois da condenação do tribunal eleitoral, que o impediu de concorrer a qualquer cargo político nos próximos oito anos, por “abuso de poder político”, na sequência de uma reunião, três meses antes das eleições, com vários embaixadores em Brasília, na qual Bolsonaro deu informações erradas sobre a votação eletrónica e sugeriu que o exército deveria intervir se o sistema falhasse.
“Havia me reunido sim com embaixadores. Eu não me reuni com traficantes no Morro do Alemão”, afirmou, referindo-se à famosa favela carioca.
Apoiantes do ex-presidente brasileiro encheram hoje parte da orla de Copacabana em apoio a Jair Bolsonaro, num evento onde se rezou o “Pai Nosso” e prezou-se Elon Musk na luta contra a ‘censura vermelha’ e ideologia de género.
A partir das 08:30, os manifestantes, na sua maioria cariocas, começaram a posicionar-se em frente aos dois trios elétricos (camiões de caixa aberta utilizados no Carnaval) que iam acomodando os convidados ‘vip’, como foi caso de Jair Bolsonaro, Michelle, dos seus filhos parlamentares, governadores, o pastor evangélico Silas Malafaia, para além de dezenas de deputados e senadores.
O bilionário Elon Musk foi a figura omnipresente na manifestação. Sempre que algum discurso incluía o seu nome, surgia uma chuva de aplausos.
De acordo com a imprensa local, estiveram presentes cerca de 35 mil pessoas na manifestação.
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