“Como é do conhecimento geral, estou entusiasmado com o potencial de trabalho do óxido de grafeno e, inadvertidamente, associei a substância à vacina, facto que foi desmentido em agosto de 2021. Mais uma vez arrependo-me do que disse e peço desculpas”, disse o ex-Presidente no Twitter, citado pela agência espanhola de notícias EFE, depois de um coro de críticas face à intervenção feita no sábado, num evento do Partido Liberal, no estado de São Paulo.
Na intervenção, Bolsonaro disse, segundo o portal UOL Notícias, que a bula das vacinas desenvolvidas com tecnologia mRNA tinha uma referência a grafeno: “A vacina tem dióxido de grafeno, tá? Onde ele se acumula? Nos testículos e ovários”, afirmou, exclamando: “Eu li a bula”.
Bolsonaro foi Presidente do Brasil entre 2019 e 2022 e durante a pandemia da covid-19 adotou uma postura negacionista, desvalorizou a gravidade do vírus, criticou a imposição de medidas de isolamento, rejeitou o uso da máscara e difundiu suspeitas infundadas sobre a eficácia das vacinas.
O antigo chefe de Estado chegou ao ponto de associar as vacinas antissida à SIDA numa transmissão em direto nas suas redes sociais, o que levou à abertura de um inquérito no Supremo Tribunal de Justiça sobre a difusão de notícias falsas.
O Brasil é um dos países mais atingidos pelo coronavírus, com 703.399 mortos e quase 40 milhões de casos até à data, segundo dados oficiais.
O pedido de desculpas de Bolsonaro acontece nas vésperas do início de um julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político através da disseminação de notícias falsas sobre as eleições, o que poderia, em última análise, desqualificá-lo de concorrer às próximas presidenciais.
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