“Apesar do acompanhamento das Forças Armadas”, que participam no processo eleitoral, “não podemos deixar a possibilidade de fraude a zero”, disse Bolsonaro, durante uma transmissão em direto nas redes sociais, quatro dias antes das eleições, que se realizarão no domingo.
Bolsonaro, que procura ser reeleito, aparece em segundo lugar em todas as sondagens, entre 15 a 18 pontos atrás do antigo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o grande favorito.
Bolsonaro disse ter-se encontrado com a missão de observação internacional da Organização dos Estados Americanos.
Num encontro com o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros paraguaio e chefe da missão, Rubén Ramírez Lezcano, Bolsonaro avisou que “as urnas eleitorais não podem ser auditadas”, porque os técnicos e observadores “não podem fazer nada” face a uma queixa num “caso hipotético de fraude”.
Este acompanhamento das missões de observação internacional e dos técnicos das Forças Armadas, aprovado pelo sistema de justiça eleitoral, “reduziu bastante as possibilidades de fraude, mas não as deixou a zero”, insistiu o chefe de Estado.
Na quarta-feira, soube-se que o Partido Liberal (PL), partido de Bolsonaro, enviou ao TSE um relatório de uma equipa técnica contratada para analisar o sistema de votação.
O documento questiona o facto de “apenas um grupo restrito de funcionários e colaboradores” da Justiça Eleitoral “controlar todo o código fonte das urnas eletrónicas”.
O relatório denuncia o alegado “atraso” em relação à “implementação das medidas de segurança mínimas necessárias”, o que “gera vulnerabilidade relevante” a “invasões internas ou externas” do sistema eleitoral, e considerou ser “imperativo aumentar a confiança dos eleitores”.
O TSE já reagiu a estas denúncias.
“As conclusões do documento intitulado ‘resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE’ são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo informações fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário, em especial a Justiça Eleitoral, em clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”, disse o tribunal, num comunicado.
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