Em causa está uma prova internacional, o Survival Firefighter Challenge, em português ‘desafio de sobrevivência para bombeiros', que já levou corporações portuguesas a vários países europeus e que este ano vai ser organizada em Vila Nova de Gaia e na Maia pelas corporações de bombeiros locais.

Em declarações à agência Lusa, o comandante dos bombeiros de Moreira da Maia, Manuel Carvalho, bem como o segundo comandante da corporação de Valadares, Miguel Pimentel, avançaram que "o convite para Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa será enviado para que os governantes vejam no terreno como os bombeiros portugueses estão bem preparados e focados no combate a fogos e socorro a situações de emergência".

"Estamos num momento desafiante para os bombeiros e para a nação, a preparação para os fogos florestais e a memória do que se passou no ano passado. Contamos mostrar que a catástrofe, o salvamento, o incêndio, obrigam a um trabalho de equipa e que nos preparamos sempre ao máximo", disse Manuel Carvalho, frisando palavras semelhantes às do segundo comandante da corporação de Gaia.

"Este desafio surge para mostrar que os bombeiros portugueses, desde S. Brás a Valença, não ficam atrás dos internacionais. E mostramos que este setor não tem só fogos florestais. Rejeitamos a imagem de coitadinhos, ainda que obviamente os apoios sejam importantes", disse Miguel Pimentel.

O Survival Firefighter Challenge 2018 vai contar com mais de 200 participantes de seis nacionalidades diferentes, França, Bélgica, Alemanha, Inglaterra e Espanha, somando-se Portugal representado por 22 equipas de bombeiros que chegarão ao distrito do Porto de todo o país. A organização também conta com a presença de uma equipa internacional que junta bombeiros de diferentes nacionalidades.

No dia 28, as equipas encontram-se em Valadares para formação com formadores portugueses, franceses, holandeses e belgas.

Já no dia 29 é feita a subida à torre do Lidador, conhecida como "isqueiro" (torre da câmara da Maia), que tem 422 degraus.

Esta prova é feita de forma individual com os bombeiros a subirem o mais rapidamente possível com equipamento completo (25 quilogramas), mas também em equipa, sendo que cada uma tem quatro elementos que têm de ultrapassar dez obstáculos, resgatar uma "vítima" de 70 quilos e no final levá-la até ao topo da torre.

Os comandantes salientam que estas provas "englobam competências técnicas, físicas e mentais" e desafiam o Presidente da República e o primeiro-ministro a participar na atividade, "ainda que fazendo um percurso menor ou sem preocupações com tempos", como disse Manuel Carvalho.

"Admitimos que este é um grande desafio, mas desde as 08:00 haverá sempre alguém a subir à torre seja a treinar, seja a realizar a prova, ou mesmo crianças que vão conhecer o espaço e o trabalho dos bombeiros de perto, portanto podem tentar quando quiserem", disse o comandante, enquanto Miguel Pimentel aponta a meta de ver os melhores bombeiros nacionais a conseguirem fazer a subida em menos de três minutos.

O Survival Firefighter Challenge pretende "pôr à prova os participantes em práticas que requerem destreza, resistência, trabalho de equipa e perícia".

Paralelamente, vai existir o espaço Firefighters Kids, dedicado às crianças, com réplica da prova para as crianças dos cinco aos dez anos de idade e um "’outdoor’ Wood" com atividades físicas.

Este vai repetir-se em Portugal em 2019 com os corpos de bombeiros de Moreira da Maia e Valadares a inverterem os papéis, ou seja, a formação deverá ser dada em território maiato, enquanto o exercício prático passará para Gaia que já recebeu pré-registos, apontou a organização.