"O avançar com o anúncio da medida e não a pôr no terreno antes de a anunciar provocou que não vai dar a realidade concreta que se vive neste setor", criticou o dirigente sindical Nuno Gonçalves, numa conferência de imprensa realizada na estrada onde ruiu um troço para dentro de dois poços de pedreira.

As fiscalizações, na opinião do dirigente da FEVICCOM, afeta à CGTP, "devem ter um efeito surpresa quando são anunciadas".

No dia em que a inspeção foi anunciada, disse, "temos conhecimento de pedreiras aqui na região, onde há vias municipais contíguas que já estão encerradas há vários anos e que os trabalhadores estavam a laborar nelas até esse próprio dia e que, a partir do conhecimento destas medidas, esses trabalhadores foram retirados dessas pedreiras e colocados noutras ao lado da mesma empresa".

O governo pediu, na quarta-feira, uma inspeção ao licenciamento, exploração, fiscalização e suspensão de operação das pedreiras situadas na zona de Borba.

Em comunicado, o Ministério do Ambiente e da Transição Energética ordena “que, no prazo de 45 dias, a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) proceda a uma inspeção ao licenciamento, exploração, fiscalização e suspensão de operação das pedreiras situadas na zona onde ocorreu o acidente do dia 19 de novembro”.

O deslizamento de um grande volume de terras e o colapso de um troço da estrada entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, para o interior de poços de pedreira ocorreu na segunda-feira às 15:45.

Segundo as autoridades, o colapso de um troço de cerca de 100 metros da estrada terá arrastado para dentro da pedreira contígua, com cerca de 50 metros de profundidade, uma retroescavadora e duas viaturas civis, um automóvel e uma carrinha de caixa aberta.

Na terça-feira à tarde foi retirado o corpo de um dos dois mortos confirmados, havendo ainda três pessoas dadas como desaparecidas.