“Devemos atacar a substância do problema, não os símbolos. Devemos abordar o presente, não tentar reescrever o passado e isso significa que não podemos, nem devemos manter um debate sem fim no qual nenhuma personagem histórica conhecida é suficientemente pura ou politicamente correta para ficar à vista do público”, escreveu Boris Johnson, num artigo no The Telegraph, divulgado no domingo no site do jornal.
O dirigente conservador anunciou a criação de uma comissão encarregada de examinar “todos os aspetos das desigualdades” no emprego, na saúde ou ainda no ensino universitário.
O líder do Governo britânico voltou a referir-se ao caso da estátua do antigo primeiro-ministro Winston Churchill, situada nas imediações do Parlamento, em Londres, e vandalizada à margem de protestos contra o racismo, desencadeados pela morte do norte-americano George Floyd, asfixiado por um polícia.
Sob o nome de Churchill, acusado de declarações racistas nomeadamente contra os indianos, foi escrito: “era um racista”.
Atualmente, a estátua encontra-se protegida por uma caixa metálica. Milhares de manifestantes, apoiados por grupos de extrema-direita, concentraram-se no sábado junto ao Parlamento britânico para guardar o monumento. A polícia efetuou 113 detenções, na sequência de confrontos com manifestantes de extrema-direita.
Boris Johnson considerou “absurdo que grupos de arruaceiros de extrema-direita e agitadores se tenham concentrado em Londres com a missão de proteger a estátua de Winston Churchill”.
Churchill “foi um herói”, escreveu o primeiro-ministro britânico. “Resistirei com todas as minhas forças a qualquer tentativa de retirar esta estátua do seu local e quanto mais depressa for possível retirar a proteção que a rodeia, melhor será”, afirmou.
Ao invés de vandalizar estátuas como a do mercador de escravos Edward Colson, arrancada do pedestal por militantes antirracistas em Bristol (sudoeste de Inglaterra), Boris Johnson propos a “construção de outras” para homenagear pessoas que para a “atual geração merecem um monumento”.
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