“Não estou a dizer que sou candidato porque vou tomar uma decisão sobre minha candidatura provavelmente no início do ano que vem”, disse Lula, de 75 anos, à imprensa em Brasília, a um ano da realização do sufrágio.

“Eu ainda não decidi porque eu vou decidir no momento adequado. Eu vou conversar com todo mundo”, acrescentou o histórico líder do Partido dos Trabalhadores (PT), após múltiplos encontros com várias lideranças políticas.

O anúncio oficial da candidatura de Lula é aguardado desde que o político brasileiro viu anuladas as suas condenações no âmbito da operação Lava Jato, recuperou os direitos políticos e voltou a ser elegível.

“O próximo ano será um novo ano, um ano de eleições, e vamos lutar para reparar o nosso país”, prometeu o ex-sindicalista, após ter criticado duramente o atual chefe de Estado, Jair Bolsonaro, a quem classificou de “totalmente incompetente”.

“No dia das eleições, será preciso ter sabedoria suficiente para eleger alguém que respeite a democracia (…) e que não fale besteira o tempo todo. Ele (Bolsonaro) devia fechar a boca e governar”, insistiu.

Lula da Silva afirmou ainda que tem conversado “com todas as forças políticas” sobre 2022 e defendeu a pluralidade de candidatos nas eleições.

“Todos os partidos têm direito a ter candidato à Presidência da República, sem exceção. (…) Podem ter quantas vias quiser. Eu acho muito, muito, importante. Os partidos existem para isso, e não para serem cooperativas de deputados”, disse.

De acordo com uma sondagem divulgada no final do mês passado pela empresa Ipec, Luiz Inácio Lula da Silva ganharia as eleições presidenciais de 2022 na primeira volta.

A sondagem da Ipec está em linha com outra divulgada poucos dias antes pelo Instituto Datafolha, que também deu uma ampla vantagem ao líder do PT sobre o atual Presidente.

Por sua vez, Jair Bolsonaro também já deu a entender que poderá concorrer à reeleição, embora a sua popularidade esteja atualmente no seu pior nível desde que chegou ao poder, em janeiro de 2019.

Até ao momento, Bolsonaro ainda permanece sem partido político, após ter abandonado a formação política pela qual foi eleito: o Partido Social Liberal (PSL).

Na manhã de hoje, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) formalizou o convite ao chefe de Estado, para que se filie no partido, o que possibilitará a sua candidatura à reeleição.

“O PTB está unido, forte, robusto, pronto para encarar os desafios vindouros. A garra dos ‘petebistas’, a união de ideias e a lealdade seguirão ombro a ombro com vossa excelência nas trincheiras eleitorais para a sua recondução honrosa ao Palácio do Planalto”, disse o PTB em comunicado.