
"Quando parar em Moscovo, vou tentar falar com Putin. Não me custa nada falar: Companheiro Putin, vá até Istambul negociar, porra", afirmou numa conferência de imprensa em Pequim, onde está em visita de Estado.
Lula, que regressa esta quarta-feira a Brasília, fez a declaração depois de o chanceler da Ucrânia, Andrii Yermak, ter solicitado na terça-feira, numa mensagem na rede social X, ao Brasil para usar a "sua voz autorizada no diálogo com a Rússia" para viabilizar o encontro entre Putin e Zelensky.
O pedido de Yermak ocorreu durante uma conversa telefónica com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira.
Antes de viajar para a China, Lula assistiu em Moscovo à cerimónia de comemoração dos 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial.
O presidente brasileiro expressou otimismo após tomar conhecimento da proposta de Putin e da aceitação de Zelensky para iniciar conversações em Istambul.
"A possibilidade de que eles se juntem em Istambul e possam começar de verdade, ao invés de trocar tiros, trocar palavras", disse.
"E aí morrerá menos gente, destruir-se-á menos património, morrerão menos crianças e, quem sabe, a gente possa viver com mais tranquilidade", completou.
Brasil e China divulgaram na terça-feira uma declaração conjunta na qual expressam a esperança de que "se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes, única forma de pôr fim ao conflito".
O presidente brasileiro recordou que o Brasil e a China criaram, em setembro de 2024, "um grupo de amigos" para ajudar as partes quando aceitassem discutir a paz.
As negociações estão previstas para quinta-feira (15) em Istambul, no que seriam as primeiras conversas diretas entre Kiev e Moscovo desde 2022, poucas semanas após a Rússia invadir a Ucrânia.
Na terça-feira, Zelensky pediu que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, viaje à Turquia para convencer Putin a participar das negociações.
Trump confirmou que o secretário de Estado americano, Marco Rubio, participará nas conversações.
O Kremlin não anunciou se Putin viajará e limitou-se a indicar que "a delegação russa estará presente".
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