Em apenas uma semana, Jair Bolsonaro ameaçou o STF que se a corte rejeitar a tese do marco temporal (delimitação de terras indígenas) poderá não cumprir a decisão, organizou um evento em defesa da liberdade de expressão de um deputado condenado (e indultado um dia depois pelo próprio) por, entre outras, ameaçar magistrados do Supremo Tribunal, e pediu a participação de militares no apuramento dos votos pelo Tribunal Superior Eleitoral nas eleições deste ano.
Por essa razão um grupo de senadores aliados do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, segundo a imprensa local, reuniu-se com juízes do STF, para ouvir as suas preocupações e demonstrar solidariedade.
“Pela primeira vez, para nós, acendeu um sinal além do amarelo, pois existe uma clara ameaça. Decidimos organizar um movimento suprapartidário de defesa do STF e da democracia. Não deixaremos uma instituição isolada porque isso é um espaço para ruptura democrática”, disse, segundo a imprensa brasileira, o senador Randolfe Rodrigue, do partido Rede Sustentabilidade.
“Nenhum poder pode ficar sozinho, é preciso mostrar solidariedade ao STF”, afirmu, o também senador Renan Calheiros.
Após as conversas com os juízes, os seis senadores reuniram-se com o presidente do senado brasileiro, Rodrigo Pacheco, para detalhar o que lhes foi transmitido.
Numa declaração na sua conta oficial do Twitter, Pacheco garantiu que “as instituições e a sociedade podem ter convicção da normalidade do processo eleitoral”.
“A Justiça Eleitoral é eficiente e as urnas eletrónicas confiáveis. Ainda assim, o TSE está empenhado em dar toda transparência ao processo desde agora, inclusive com a participação do Senado”, garantiu.
Jair Bolsonaro, que procurará a reeleição, em outubro, tem acusado repetidamente membros da autoridade eleitoral de favorecer o seu rival, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e insistiu que o sistema de votação eletrónica do país não é confiável.
Bolsonaro, que está muito atrás de Lula da Silva nas sondagens, nunca forneceu provas para as suas alegações, que foram repetidamente contestadas.
O Brasil utiliza um sistema de votação em urnas eletrónicas desde 1996 e nunca houve nenhuma irregularidade comprovada.
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