As buscas estão a decorrer em endereços ligados aos senadores Aécio Neves e Zezé Perrela e ao deputado federal Rodrigo Rocha Loures, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e em Brasília.
Os três parlamentares foram citados em gravações divulgadas ontem pelo jornal O Globo, nas quais supostamente combinam ou participam diretamente num esquema de suborno denunciado pelos donos da JBS, uma das maiores empresas de venda de carne do mundo. O chefe de Estado, Michel Temer também está envolvido no escândalo, tendo já negado qualquer acusação de aval a subornos.
Segundo informações do portal de notícias G1, que ainda não foram confirmadas pela polícia brasileira, nesta operação policial há um mandado de prisão contra Andréa Neves, irmã do senador Aécio Neves. Um procurador da República chamado Ângelo Goulart Villela já terá sido detido e há mandados contra pessoas ligadas ao ex-deputado federal Eduardo Cunha.
Esta operação começou na sequência de um acordo de colaboração com a Justiça feito pelo empresário e dono da JBS, Joesley Batista.
O empresário entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) do Brasil gravações de conversas que manteve com o senador Aécio Neves, que lhe teria pedido dois milhões de reais (570 mil euros) em suborno para pagar honorários aos seus advogados.
Este dinheiro foi entregue pelo dono da JBS e rastreado pela polícia brasileira, que fez descobriu que o montante acabou por ser depositado numa conta ligada ao senador Zezé Perrrela, outro alvo das buscas de hoje.
Já o deputado Rodrigo Rocha Loures está a ser investigado porque foi filmado a receber 500 mil reais (142 mil euros). O deputado terá sido indicado pelo Presidente do Brasil, Michel Temer, como encarregado de receber este dinheiro pago pela JBS em troca de ajuda num processo pelo qual a empresa responde no Conselho Administrativo de Defesa Económica (Cade).
O acerto do pagamento deste suborno também terá sido gravado pelo empresário Joesley Batista, que se encontrou com o Presidente brasileiro no dia 7 de março, no Palácio do Jaburu, em Brasília, segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo.
Na gravação, o chefe de Estado brasileiro indica o deputado Rodrigo Rocha Loures como homem de confiança para receber o suborno e supostamente autoriza o empresário da JBS a continuar a pagar uma mesada para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
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