No seu discurso, difundido no domingo à noite, Temer argumentou que esta mudança não é "uma questão ideológica ou partidária", mas sim para o futuro do país, para garantir que os pensionistas e reformados “de hoje e de amanhã possam receber as suas reformas".
Michel Temer também se referiu à adoção na Argentina, na terça-feira, da impopular mudança do sistema de reformas e pensões, que levou a confrontos violentos entre manifestantes e polícias em Buenos Aires.
Fortemente exigida pelos mercados, criticada pela população, a alteração das pensões e reformas é considerada um dos grandes projetos de Michel Temer desde que chegou ao poder, há mais de um ano, após a destituição da Presidente Dilma Rousseff.
Esta reforma é considerada crucial para manter os défices sob controlo.
Em particular, prevê um mínimo de 40 anos de contribuições para uma reforma sem penalizações e eleva a idade mínima de reforma de 62 anos para mulheres e 65 para homens.
Mas a maioria do apoio parlamentar está longe de ser alcançada, diante de um Governo enfraquecido pelos escândalos de corrupção que prejudicam diretamente o Presidente.
Os parlamentares brasileiros estão relutantes em adotar uma alteração impopular alguns meses antes das eleições presidenciais, que se realizam em outubro de 2018.
Em meados de dezembro, o Congresso adiou a votação desta questão para fevereiro, contra a vontade de Michel Temer.
Sem fazer qualquer referência a escândalos, o Presidente brasileiro preferiu, no domingo, destacar o progresso registado na economia em 2017.
A economia líder da América Latina registou um crescimento de 0,6% nos primeiros nove meses de 2017, em relação ao mesmo período de 2016, após dois anos de recessão (o produto interno bruto caiu 3,5% % em 2015 e 3,6% em 2016).
Entretanto, a popularidade do Presidente permanece baixa. Uma pesquisa recente indica que 71% dos brasileiros discordam de sua política.
“Nós não adotamos modelos populistas e não escondemos a realidade", defendeu Temer no domingo, dizendo ainda que "não há motivo para esperar por milagres ou salvadores da pátria".
Com 77 anos, Michel Temer confirmou que não vai concorrer às eleições presidenciais do próximo ano.
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