Segundo o The Guardian, Boris Johnson já garantiu a Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, que vai enviar uma carta com um pedido de adiamento da saída da União Europeia.

O primeiro sinal de que o primeiro-ministro iria ceder foi dado pelo próprio Tusk, que fez um tweet às 19:15 dizendo que já tinha falado com Johnson e que estava "à espera da carta".

A mesma informação foi confirmada por fonte do processo, que indicou à agência noticiosa France Presse que Boris Johnson disse a Tusk que será ainda hoje enviada uma carta de Londres a pedir um novo adiamento.
O presidente do Conselho Europeu "vai fazer consultas com os dirigentes dos 27 sobre a forma de agir", acrescentou a mesma fonte.

Este pedido vem na senda de uma votação que ocorreu hoje na Câmara dos Comuns, passando uma proposta que força o primeiro-ministro britânico a pedir um adiamento do ‘Brexit’ até ser aprovada no parlamento britânico a legislação que regulamente o acordo de saída.

A proposta — assente na "lei Benn" — foi aprovada por 322 votos a favor e 306 votos contra, devido ao apoio do Partido Democrata Unionista (DUP) da Irlanda do Norte e de antigos deputados conservadores atualmente a exercer como independentes.

Como não foi aprovado um acordo dentro do prazo que acabava hoje, a "lei Benn" determina que o governo tenha de pedir à UE um adiamento do 'Brexit' até 31 de janeiro. O objetivo é evitar uma saída sem acordo a 31 de outubro.

O primeiro-ministro britânico estava à procura de uma possível vitória com a aprovação do acordo finalizado com a União Europeia (UE), na semana passada, mas viu a votação do acordo ser anulada no Parlamento britânico. Gorada a tentativa, Boris Johnson inicialmente disse recusar-se a pedir um adiamento. "Não vou negociar um adiamento, nem a lei me obriga a fazê-lo", afirmou na Câmara dos Comuns.

Contudo, o primeiro-ministro, segundo a "lei Benn", tem de enviar uma carta a pedir uma extensão do prazo até às 23 horas desta noite. Se não o fizer, o tribunal 'Court of Session', na Escócia, já tem prevista uma audiência para analisar o caso.