Antes de se deslocar a Londres, ainda sexta-feira, o negociador chefe da União Europeia para o ‘Brexit’, Michel Barnier, informou os Estados-membros e o Parlamento Europeu (PE) acerca do estado das negociações, realçando, no entanto, na rede social Twitter, que “persistem as mesmas divergências significativas”.

As negociações para um acordo pós-‘Brexit’ tinham passado para o formato virtual na semana passada, após um membro da equipa de Michel Barnier ter testado positivo ao novo coronavírus.

Os dois lados estão em contrarrelógio para concluir, até final do ano, um acordo de comércio pós-‘Brexit’ que possa entrar em vigor em 2021, quando cessa o período de transição que mantém o acesso do Reino Unido ao mercado único europeu.

Também sexta-feira, o negociador chefe britânico para o ‘Brexit’, David Frost, admitiu que poderá ser já “tarde” para um acordo, sublinhando, porém, que é “possível” alcançá-lo até ao fim do ano.

“Algumas pessoas perguntam-me por que ainda estamos a negociar. A minha resposta é que é o meu trabalho fazer o máximo para ver se existem condições para um acordo. É tarde, mas um acordo ainda é possível, e vou continuar a negociar até que fique claro que não é”, garantiu.

O Reino Unido saiu da UE a 31 de janeiro e beneficia de um período de transição que mantém o acesso ao mercado único e união aduaneira do bloco europeu até o final deste ano.

Caso não consigam negociar um pacto bilateral, a partir de 01 de janeiro de 2021, o Reino Unido e a UE passarão a negociar com base nas regulamentações genéricas menos vantajosas da Organização Mundial do Comércio (OMC).