“A saída do Reino Unido da União Europeia constitui um acontecimento de grande importância para o povo do Reino Unido, uma alteração de fundo no quadro de relações entre estados no continente europeu e o único desfecho que garante o respeito pela vontade do povo britânico, expressa de forma soberana no referendo realizado em 2016”, refere, em comunicado, o PCP.

Apesar das “profundas contradições que se manifestaram e que continuam a marcar a situação social e política no Reino Unido”, os comunistas sublinham que “a decisão do povo britânico agora concretizada constitui uma vitória sobre o medo, a submissão e o catastrofismo” e, por isso mesmo, representa “um elemento adicional na luta por uma outra Europa dos trabalhadores e dos povos”.

No mesmo comunicado, os comunistas manifestam “dúvidas, discordâncias e inquietações sobre os termos do acordo de saída do Reino Unido”, que consideram ser “inseparáveis da matriz e imposições dos tratados, da natureza política e ideológica das forças que negociaram o acordo”.

“O PCP considera que o Governo português deve tomar as iniciativas necessárias para assegurar o desenvolvimento de relações bilaterais mutuamente vantajosas entre Portugal e o Reino Unido, no quadro do respeito da soberania e igualdade de direitos de cada um dos países e dos direitos e aspirações do povo português e do povo britânico”, instou.

Para o PCP, “a defesa dos interesses do povo português, e da comunidade portuguesa no Reino Unido, não deve ser condicionada ou colocada em causa por quaisquer imposições ou constrangimentos da União Europeia”, concretamente no que diz respeito à futura relação entre o Reino Unido e a União Europeia.

O ‘Brexit’, na perspetiva do partido, “representa um sério revés nas teorias da inevitabilidade e da irreversibilidade da União Europeia”, sendo ainda “uma derrota para todos quantos tentaram, através de inaceitáveis pressões, chantagens e manobras, quer na União Europeia, quer no Reino Unido, contrariar a decisão soberana do povo britânico”.

“O PCP alerta e reafirma o seu compromisso de lutar contra todas as tentativas e manobras que a pretexto de uma “reforçada União a 27” e de supostas consequências da saída do Reino Unido visem novos ataques aos direitos dos trabalhadores e à soberania dos estados, o aprofundamento dos pilares neoliberal e militarista da União Europeia e uma ainda maior assimetria e concentração de poder na esfera supranacional e no eixo franco-alemão”, avisa ainda.

Os comunistas garantem ainda que vão continuar a acompanhar de perto “todas as questões relativas aos direitos dos portugueses a trabalhar e a residir no Reino Unido” e reitera que o Governo português deve intervir, junto das autoridades do Reino Unido e da União Europeia, “para assegurar a defesa dos seus legítimos direitos”.

O 'Brexit' vai ser celebrado hoje com um discurso do primeiro-ministro britânico e manifestações populares a favor e contra a saída do Reino Unido da União Europeia.

Boris Johnson vai dirigir-se aos britânicos com um discurso gravado antecipadamente e que vai ser transmitido às 22:00 horas, onde vai promover uma mensagem de que o país tem uma oportunidade única para desenvolver todo o seu potencial.

Na parede exterior do edifício da residência oficial em Downing Street vai ser projetada uma instalação luminosa, incluindo um relógio em contagem decrescente até às 23:00 (locais e GMT, meia-noite em Bruxelas), hora oficial da saída da UE.

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