Augusto Santos Silva assumiu estas posições momentos antes de participar no almoço de encerramento da campanha europeia do PS, na Trindade, em Lisboa, depois de questionado sobre as consequências para Portugal e para a União Europeia da demissão de Theresa May da liderança do partido Conservador, que está no poder no Reino Unido.
"A demissão significa uma crise política no Reino Unido, mas o Reino Unido tem os mecanismos necessários para soluções rápidas de crises [políticas]. Esperamos que haja um novo Governo e, sobretudo, que as autoridades britânicas possam ser mais claras de forma a que a aprovação do acordo negociado, entre União Europeia e Reino Unido, possa fazer-se", respondeu o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros.
Augusto Santos Silva observou depois que foi fixado um novo prazo até 31 de outubro para se resolver a questão do "Brexit", o que, na sua perspetiva, significou novamente da parte dos 27 Estados-membros da União Europeia "uma manifestação de disponibilidade".
"Mas falta uma decisão dos britânicos e é essa decisão que esperamos", acentuou, antes de ser confrontado com a possibilidade de um segundo referendo no Reino Unidos, em que, eventualmente, o resultado seja agora favorável à permanência dos britânicos na União Europeia.
"Como ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, digo que o Reino Unido faz muita falta à União Europeia, respeitamos a decisão soberana do povo britânico, que significou a ativação do artigo 50 - o desejo de sair - e fomos dos países europeus que mais se empenharam em que o acordo de saída fosse feito de forma que garantisse ao mesmo tempo os interesses europeus e britânicos", referiu.
Depois, Augusto Santos Silva deixou uma nota específica sobre as relações luso-britânicas.
"Como temos dito todos, o Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa], o primeiro-ministro [António Costa] e eu próprio, se o Reino Unido quiser repensar a sua decisão de sair da União Europeia, Portugal ficará muito contente", acrescentou.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou hoje que vai demitir-se da liderança do partido Conservador, desencadeando uma eleição interna cujo vencedor vai assumir a chefia do Governo.
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