“Anunciamos a suspensão das nossas operações militares e de segurança contra as forças de ocupação, a fim de evitar qualquer constrangimento ao governo iraquiano”, anunciou este movimento no seu ‘site’.

“Continuaremos a defender o nosso povo na Faixa de Gaza de outras formas”, acrescentou, de acordo com o portal de notícias Shafaq.

Este movimento xiita recomendou também aos seus milicianos uma “defesa passiva” temporária em caso de “qualquer ação hostil” por parte do lado norte-americano.

O Departamento de Defesa norte-americano (Pentágono) apontou esta segunda-feira para a potencial responsabilidade das Brigadas do Hezbollah pelo ataque mortal de domingo a uma base logística norte-americana perto da fronteira com o Iraque e a Síria, que matou três soldados norte-americanos e fez cerca de 40 feridos.

As Brigadas do Hezbollah, grupo apoiado pelo Irão, é uma das milícias que faz parte da Resistência Islâmica no Iraque, que reivindicou o ataque contra a base norte-americana e que têm realizado ofensivas em apoio ao movimento islamita palestiniano Hamas que está em guerra na Faixa de Gaza com Israel, país apoiado por Washington.

O grupo foi designado organização terrorista pelos Estados Unidos há mais de uma década, devido aos seus ataques contra alvos norte-americanos durante a invasão do país árabe.

Washington já bombardeou várias posições da Brigadas do Hezbollah no Iraque, e no final de novembro as forças dos EUA mataram pelo menos oito dos seus membros, num outro ataque aéreo em resposta às ações deste grupo.

O Governo do Iraque, que mantém um equilíbrio complicado entre os Estados Unidos e o Irão, condenou tanto as ações das milícias pró-Irão como as respostas de Washington, e iniciou um processo para retirar as tropas estrangeiras do país árabe.

As Brigadas do Hezbollah, grupo que colaborou indiretamente com os norte-americanos na luta contra o Estado Islâmico entre 2014 e 2017, também fazem parte Forças de Mobilização Popular, um grupo de milícias pró-governo de facto integrado nas Forças Armadas iraquianas, embora também tenha um braço político que tem uma forte presença no Parlamento iraquiano.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou hoje que o seu Governo já decidiu como responder ao ataque de domingo, sem dar mais pormenores sobre essa reação.

O Presidente norte-americano voltou a responsabilizar o Irão por este incidente, “na medida em que forneceu armas aos que o perpetraram”, embora tenha evitado fazer uma referência direta a Teerão.

Em todo o caso, Biden defendeu que não deve haver uma “guerra mais ampla” no Médio Oriente, depois de as tensões terem aumentado após o início do conflito entre Israel e o Hamas.

“Não é isso o que procuro”, garantiu o Presidente norte-americano.

O Irão demarcou-se do ataque na Jordânia, falando em “acusações infundadas”.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kanani, garantiu que “os grupos de resistência na região não recebem ordens do Irão para as suas decisões e ações”.

John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano, afirmou hoje que os Estados Unidos estão a considerar uma retaliação com "múltiplas ações" pelo ataque de domingo.

"É muito possível que venhamos a assistir a uma resposta gradual, não uma única ação, mas potencialmente múltiplas ações", disse Kirby a bordo do avião em que o Presidente Joe Biden viajou hoje para a Florida.