“As cicatrizes físicas e mentais do que aconteceu comigo em maio de 2017, jamais terão cura, mas a longa pena de prisão aplicada a Gouveia [ex-namorado] ajudará a avançar com a minha vida, ao saber que foi feita justiça”, lê-se numa nota enviada à agência Lusa por Ellie Chessell.
O Tribunal de Portimão condenou na quinta-feira, o ex-namorado Cláudio Gouveia a 12 anos de prisão, por considerar que o mesmo ordenou o ataque com ácido a Ellie, concretizado por um outro homem, perto da localidade de Alvor, em Portimão, no distrito de Faro.
O coletivo de juízes do Tribunal de Portimão deu como provados os dois crimes de que Cláudio Gouveia, de 34 anos, estava acusado, condenando-o a 10 anos e seis meses de prisão por um crime de homicídio qualificado na forma tentada e a três anos de prisão por um crime de violência doméstica, aplicando-lhe a pena única de 12 anos em cúmulo jurídico.
O arguido, para quem o Ministério Público pediu a pena máxima de prisão - 25 anos -, foi ainda condenado ao pagamento de uma indemnização à ex-namorada e à pena acessória de proibição de contacto com a vítima pelo período de cinco anos.
“Espero que a longa sentença de prisão lhe dê tempo para refletir sobre a gravidade dos seus crimes e que ajude a dissuadir outros indivíduos de realizarem atos tão horríveis”, lê-se na nota enviada pela cidadã britânica.
Segundo Ellie Chessell, “os últimos 12 doze meses foram um pesadelo” para si e para a sua família, realçando que os ataques com ácido, “são dos crimes mais perversos”, manifestando todo o apoio a todas as vítimas deste tipo de crimes.
“O meu coração está com todas as vítimas destes crimes que demonstraram tamanha bravura e coragem ao levar os seus autores à justiça”, sublinhou a cidadã britânica, agradecendo aos profissionais de saúde do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e de Odstock (Reino Unido), a assistência médica e o apoio que lhe permitiram reconstruir a sua vida.
Os agradecimentos estendem-se ainda à polícia portuguesa pela “investigação longa e complexa”, ao tribunal pela condenação de Cláudio Gouveia e ao consulado britânico em Portimão, pelo apoio em todo o processo.
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