“O projeto tem um objetivo muito claro: tornar o Benfica um superclube europeu e estar, de uma forma consistente, entre os 16 melhores na Liga dos Campeões. Um superclube europeu tem fãs em todo o mundo, os seus jogos são vistos por milhões e milhões de pessoas, as camisolas dos principais jogadores são vendidas aos milhões, os miúdos sonham com essas equipas, que têm sempre estruturas financeiras muito sólidas e cujas grandes marcas internacionais se juntam porque são projetos vencedores”, sublinhou Bruno Costa Carvalho.
No museu Cosme Damião, onde a apresentação teve lugar, Bruno Costa Carvalho não tem dúvidas que “Portugal tem dimensão para ter um superclube europeu” e lembrou as ideias para um novo figurino da Liga dos Campeões, limitado aos 20 melhores clubes europeus, reforçando a necessidade de o Benfica fazer parte dessa elite.
“Os grandes clubes do mundo descobriram que as suas grandes receitas provêm dos direitos televisivos dos seus jogos, por isso querem jogar entre si para aumentarem essas receitas. Daí falar-se de um novo figurino para a Liga dos Campeões, limitado a 20 clubes, e o Benfica tem de pertencer. Para isso, tem de ser um clube relevante e tem de estar sempre nos 16 melhores. Isso não acontece e o Benfica arrisca-se a descer à segunda divisão europeia, o que é imperdoável e impensável”, alertou.
Para tal acontecer, o movimento enumerou quatro vetores que considera essenciais: “Melhorar significativamente a competitividade desportiva em termos europeus, fazer com que a marca apareça com mais força nos mercados emergentes, como a Ásia e o Médio Oriente, ter uma situação financeira extremamente sólida e criar um ciclo virtuoso que vai projetar o Benfica para a dimensão de superclube europeu”.
O primeiro vetor divide-se entre a “melhoria significativa da estrutura interna ligada ao futebol”, que passa sobretudo pelo papel de um diretor desportivo, com o sueco e ex-treinador do Benfica Sven-Goran Eriksson como hipótese, o “reforço qualitativo do plantel” e “equipas técnicas que se encaixem no projeto global do Benfica”, na qual Jorge Jesus tem o perfil pretendido.
Entre as propostas financeiras, a candidatura pretende “aumentar os capitais próprios do Benfica para mil milhões de euros”, bem como “criar uma robustez financeira necessária para que o Benfica ataque o mercado com outra qualidade”, assente numa “absoluta transparência”.
Para além da ideia principal, a candidatura “Todos P’lo Benfica” apresentou mais três eixos, que correspondem à “devolução da democracia ao Benfica”, através da revisão dos estatutos, do voto eletrónico acompanhado de voto físico ou dos debates na televisão dos ‘encarnados’, o “reforço do ecletismo”, em que o desejo do regresso do ciclismo ao clube é um dos principais desejos, e “solidificar a mística benfiquista”.
Questionado sobre a possibilidade de não se poder candidatar, visto não ser associado há 25 anos como os estatutos exigem, Bruno Costa Carvalho acredita que tem “capacidade de ser candidato” e revelou ter apresentado um pedido de verificação à mesa da Assembleia-Geral (AG), esperando que esta “seja sensível aos argumentos irrefutáveis que foram apresentados”.
“Se nós quisermos chegar às urnas, chegamos. Temos muitas pessoas com os tais 25 anos. Temos outras alternativas, mas não temos essa decisão tomada. Todo o grupo conhece a situação ao detalhe e está absolutamente confiante e a dar a cara”, ressalvou, em relação a um possível ‘plano B’ caso a mesa da AG reprove a sua candidatura.
Candidato derrotado nas eleições de 2009, em “circunstâncias completamente diferentes” das de agora, diante do atual presidente Luís Filipe Vieira, no cargo desde 2003 e que se volta a recandidatar, Bruno Costa Carvalho terá também como ‘adversários’, nas eleições agendadas para outubro, João Noronha Lopes, Rui Gomes da Silva e Francisco Benitez.
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