Questionada pelo diário búlgaro 24 Tchassa, sobre a possibilidade de retirar a candidatura, Irina Bokova afirmou que "não via qualquer razão séria para o fazer", mesmo depois de no escrutínio indicativo e por voto secreto no Conselho de Segurança na segunda-feira, ter ficado em sexto lugar.

O Governo búlgaro tinha declarado, antes da votação, que podia rever o apoio a Bukova, caso a diretora-geral da UNESCO não ficasse em "primeiro ou segundo" lugar. Ao mesmo tempo, Kristalina Georgieva, comissária e vice-presidente da Comissão Europeia, deu a entender que podia candidatar-se ao cargo, se Bokova fosse obrigada a retirar-se.

"Isso não acontece a nenhum candidato em nenhum outro país", disse, numa referência ao nome de Georgieva, considerando que "a verdadeira batalha está para vir", já que as cinco primeiras voltas são apenas uma "etapa preliminar de posicionamento dos candidatos".

"Se for apresentada uma segunda candidatura [pela Bulgária], isso seria um grave erro político. E ia enfraquecer não apenas as minhas hipóteses, mas também as hipóteses do outro candidato", sublinhou.

Irina Bokova, que tem o apoio da Rússia, disse ter sido alvo, em alguns meios políticos búlgaros, "de uma campanha histérica de difamação e calúnias", difundida por certos meios de comunicação nacionais.

Na votação indicativa de segunda-feira, o antigo primeiro-ministro português e anterior Alto Comissário da ONU para os Refugiados (ACNUR) António Guterres continuava à frente de todos os candidatos para substituir Ban Ki-moon em janeiro.

A próxima votação, prevista para 05 de outubro, é mais importante devido à possibilidade de veto dos membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China) a qualquer candidato, incluindo Guterres.

O nome do próximo secretário-geral da ONU deverá ser anunciado durante o próximo mês e a decisão do Conselho será, em seguida, ratificada pela Assembleia-geral das Nações Unidas.