Eunice Andrade da Silva Spencer Lopes falava aos jornalistas à margem de um seminário sobre construção de Infraestruturas entre a China e os Países de Língua Portuguesa, onde participaram ouros quatro países lusófonos: Brasil, Timor-Leste, Moçambique e Guiné-Bissau.
“Temos planos, temos programas, temos a visão, mas não se pode esperar apenas do país recetor, o investidor também deve ir à busca desses projetos, dentro de um quadro já definido pela política interna”, declarou, questionada sobre o papel da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” no país.
A iniciativa de infraestruturas, que Pequim apresentou ao mundo em 2013, tem como objetivo refazer o mapa económico e político mundial. Avaliada em 900 mil milhões de dólares, visa reativar as antigas vias comerciais entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático.
“Estamos num mundo aberto hoje em dia, apesar de a China ter um regime ‘fechado’ do ponto de vista político, do ponto de vista económico entendo que há uma abertura (…) a economia do mercado, as regras do mercado, funcionam aqui”, considerou.
A ministra ressalvou ainda “o trunfo” de uma relação antiga com a China “através de Macau”. “Porque não estabelecer parcerias com quem está mais à frente na matéria de desenvolvimento”, questionou.
O embaixador de Timor-Leste em Pequim, Bendito Freitas, também se pronunciou sobre a iniciativa chinesa de infraestruturas, um projeto com especial importância para “um país tão jovem, com apenas 16 anos da sua existência” e que enfrenta atualmente “vários desafios”.
“Depois da restauração da independência de Timor-Leste, em 20 de maio de 2002, a China foi um dos primeiros países a estabelecer as relações diplomáticas com o país”, recordou o diplomata.
Neste sentido, “[a China] contribuiu bastante nos apoios à doação de infraestruturas para Timor-Leste e atualmente continua a apoiar. Esta cooperação com a China é muito importante, e já temos cooperações e acordos em várias áreas”, declarou.
O Seminário entre a China e os países lusófonos decorreu no último dia do fórum internacional sobre investimento e construção de infraestruturas em Macau, onde o desenvolvimento do setor foi discutido por mais de 60 países, com especial ênfase na tecnologia e na iniciativa “Uma Faixa, uma Rota”.
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