Apesar de alguns comerciantes da área terem denunciado a situação, falando em venda ilegal, o autarca poveiro considerou que "na esmagadora maioria dos casos se trata de uma pequena venda de subsistência".

"Todos conhecemos essa realidade na EN13, já existe há décadas. Faz parte da vida dos nossos agricultores que têm culturas de subsistência, e que vendem alguns dos seus produtos, sobretudo ao fim de semana, ao lado dos campos. É algo residual", explicou Aires Pereira.

O presidente poveiro falou mesmo em "tradição", lembrando que se trata de "pessoas de idade que em alguns dias vão para junto da estrada tentar vender algumas cebolas, uns alhos e mais algumas hortaliças dos seus campos, a clientes que já conhecem há 10 ou 20 anos".

"Parece que é uma guerra comercial de quem acha que por ter um estabelecimento comercial tem o direito de fechar todos os outros. Podem ter a certeza de que não contarão com o presidente da câmara para tomar qualquer iniciativa que ponha em causa essa tradição da venda dos produtos da horta", vincou.

Em sintonia com esta posição do presidente da Câmara da Póvoa de Varzim mostrou-se o vereador da oposição, eleito pelas listas do PS, Miguel Fernandes, considerando que o executivo municipal "não deve agir contra essa tradição".

"É algo feito por pessoas de parcos recursos económicos, que vendem alguns dos produtos que cultivam nas suas terras. Não faz sentido ir contra isso. É uma questão social, acho quem sequer se pode falar em economia paralela, dado o volume tão pequeno", disse o autarca.

A autarquia poveira já fez, no terreno, um levantamento da situação, juntamente com os responsáveis da Juntas de Freguesia, e diz não ter encontrado motivos suficientes para agir.