De acordo com os dados apresentados pela autarquia em conferência de imprensa na sede da Carris, em Lisboa, em 2017 haverá um investimento de 12,4 milhões de euros, número que sobe para 38,1 milhões de euros em 2018 e passa para 30,1 milhões de euros em 2019.
Além da renovação da frota de autocarros e de elétricos, o investimento abrange áreas como a aquisição de equipamentos (como subestações elétricas e frota de apoio) e manutenção de infraestruturas (ao nível da rede área e de cabos subterrâneos, por exemplo).
“A Carris perdeu muitos passageiros, degradou muito o serviço ao longo dos últimos anos. Temos um programa muito ambicioso, mas muito claro: queremos inverter, interromper este declínio e começar o caminho da recuperação”, disse o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, que falava aos jornalistas no final da apresentação.
O autarca disse ter “consciência de que não é um trabalho imediato, que vai exigir perseverança”, mas vincou que há “um bom plano” e “determinação política em fazê-lo”.
Fernando Medina voltou também a assegurar que a empresa não irá acumular dívida, uma vez que a autarquia assumirá “a sua responsabilidade” ao financiar as obrigações de serviço público de transporte.
Como “a receita da bilhética não chega”, haverá “um esforço grande do nosso orçamento”, notou, aludindo ao fundo de mobilidade criado pelo município e que este ano terá uma expressão de 15 milhões de euros.
Até 2019, a empresa prevê a adoção de 12 “medidas prioritárias”, algumas das quais já em curso, como a criação de novos tarifários mais atrativos e equitativos, a renovação da frota, a contratação de 200 novos motoristas, a implementação de uma rede de bairros com 21 novas linhas, a expansão da rede de elétricos (incluindo o alargamento da circulação do 15 até Santa Apolónia e o regresso do 24, do Cais do Sodré às Amoreiras) e o aumento da velocidade comercial.
Da lista consta também a implementação de corredores BUS mais eficientes, a construção de parques de estacionamento dissuasores, a articulação com a rede de bicicletas partilhadas, a criação de uma nova aplicação móvel, a instalação de ‘wifi’ gratuito em toda a rede e ainda a utilização de veículos elétricos.
Intervindo na ocasião, o presidente do conselho de administração da Carris, Tiago Farias, anunciou que em julho serão lançadas quatro novas linhas de bairro, nas freguesias de Marvila, Olivais, Parque das Nações e Santa Clara.
Quanto à frota, será lançado "nas próximas semanas um concurso para aquisição de 125 autocarros a gás natural e 40 articulados”, indicou.
Além disso, será lançada “ainda antes do verão” uma aplicação para “facilitar toda a informação da Carris”, referiu.
Está, ainda, a ser preparado o concurso para equipar toda a frota da Carris com 'wifi’ gratuito, adiantou Tiago Farias.
Segundo os dados revelados na ocasião, o orçamento para este ano prevê um total de 115,5 milhões de euros em rendimentos operacionais e 103,6 milhões de euros em gastos operacionais.
Depois de um resultado líquido negativo de 16,8 milhões de euros em 2016, a empresa perspetiva um resultado líquido positivo de dois milhões de euros este ano.
A Câmara de Lisboa assumiu em fevereiro passado a gestão da rodoviária - 41 anos depois de a ter 'perdido' para o Estado -, num processo que gerou alguma polémica, após o PCP ter pedido a sua apreciação parlamentar.
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