“Dos oito serviços [de recolha de lixo] que estavam previstos realizar hoje o setor está a realizar 24”, disse à agência Lusa o diretor de higiene urbana do município de Lisboa, Pedro Moutinho, estimando que estejam “entre 60 a 70 trabalhadores” ao serviço na cidade.

O serviço de recolha de resíduos, na cidade de Lisboa, está organizado de segunda a sexta-feira, funcionando ao sábado com recurso a trabalho extraordinário e, ao domingo, apenas com recolha excecional.

Para hoje estavam previstos, por exemplo, “serviços de apoio à feira das Galinheiras e do Relógio e alguns subterrâneos que estão permanentemente com muita carga de resíduos”. Porém, explicou Pedro Moutinho, a “autarquia está a conseguir ter mais equipas na rua, o que é ótimo, porque vai permitir aliviar e mitigar algumas situações mais pesadas, em algumas ruas, dado o acumulo, devido à greve”.

O mesmo responsável esclareceu ainda que durante esta noite “os serviços mínimos previstos eram 46, mas estiveram a funcionar 64 circuitos”, acrescentando que “a adesão à greve esteve abaixo dos 50%”.

Os trabalhadores da higiene urbana do município estão desde quarta-feira e até 02 de janeiro em greve ao trabalho extraordinário, sendo que na quinta e na sexta-feira cumpriram uma paralisação total.

“O pior cenário não aconteceu”, mas, admitiu o diretor do serviço, a cidade continua a acumular resíduos e os serviços “estão a fazer um grande esforço para, todos os dias, com a ajuda das juntas de freguesia e da população, ter uma cidade menos suja”.

À agência Lusa Pedro Moutinho ressalvou que tal se deve também ao facto de a população ter “aderido aos apelos para não depositar muito cartão, embalagens e vidro”, admitindo que “os próximos dias até à passagem do Ano serão dias difíceis”.

Na cidade onde são recolhidas diariamente 900 toneladas de lixo, “não haverá recolha na véspera da passagem do ano, nem no dia 01, o que a juntar aos resíduos em caixotes e contentores que ainda não foram recolhidos, fazem destas datas os pontos críticos”, disse.

Os serviços mínimos voltarão a funcionar na madrugada de dia 01 para dia 02 de janeiro e a autarquia mantém o apelo à população para evitar por na rua os resíduos recicláveis.

Pedro Moutinho admitiu que os impactos da greve sejam ainda visíveis até ao dia 03 de janeiro e que a normalidade seja reposta a partir do dia 04.

A greve foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local ( STAL) e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), que justificam o protesto com a ausência de respostas da Câmara aos problemas que afetam o setor, em particular ao cumprimento do acordo celebrado em 2023, que prevê, por exemplo, obras e intervenções nas instalações.

A Câmara de Lisboa assegura que o acordo celebrado em 2023 está a ser cumprido.

O presidente STML, Nuno Almeida, disse à agência Lusa, no sábado, que o sindicato desconhece o dados da adesão à greve, durante o fim de semana, por se tratar de trabalho extraordinário.

Para o Ano Novo está prevista greve ao trabalho normal e suplementar no período noturno, entre as 22:00 do dia 01 e as 06:00 do dia 02 de janeiro.